sábado, 31 de maio de 2014
sexta-feira, 30 de maio de 2014
segunda-feira, 26 de maio de 2014
terça-feira, 20 de maio de 2014
segunda-feira, 19 de maio de 2014
quinta-feira, 15 de maio de 2014
quarta-feira, 14 de maio de 2014
Os desigrejados: procura-se uma boa igreja. Procura-se bons pastores
Falar de catolicismo no Brasil
é falar de pelo menos duas importantes categorias: os católicos praticantes e
os católicos não praticantes. Segundo levantamento da PNAD, corroborado pelo
Censo, e pela vivência que experimentamos no cotidiano, a maioria dos católicos
não vivencia sua fé com muita regularidade. Pelo menos nos grandes centros, a
assiduidade se limita a eventos marcantes, ritos de passagem, como o são o
batismo, a primeira comunhão, a crisma e o casamento.
Em
termos de mundo protestante/evangélico, no entanto, para além dos ritos de
passagem que sempre lotam as igrejas, uma categoria de análise a mais se nos
apresenta: temos os evangélicos diretamente ligados a uma igreja (praticantes),
temos os afastados (não praticantes), desiludidos por conta de alguma decepção
eclesiástica, quase sempre ligada a problemas de relacionamento, e temos os que
agora parecem estar bem mais “na moda”; os desigrejados (praticantes,
mas sem líderes e sem um ambiente formal de prática).
Os
desigrejados não são pessoas que se afastaram da fé. Não são pessoas que
decidiram “chutar o balde”, caindo na gandaia do mundão, e fazendo tudo o que a
igreja chama de pecado ou desvio da fé e conduta cristãs. Não, os desigrejados
não são pessoas que estão abandonando os ensinos de Jesus Cristo, bem como não
são pessoas decepcionadas com Deus ou com a Bíblia. Os desigrejados são
simplesmente ovelhas que não têm pastor; é gente séria, procurando igreja
séria, mas sem qualquer sucesso nesta empreitada.
Tais
desigrejados surgem no início do século XXI, como resposta à polarização que se
efetivou com muita força no mundo evangélico brasileiro da última década.
Cansados de um neopentecostalismo avassalador – e de sua teologia da
prosperidade – de um lado, e de um moralismo castrador, de igrejas demasiado
conservadoras, de outro, os desigrejados formaram o grupo mais interessante do
movimento evangélico contemporâneo, haja vista ter fomentado – e estar
fomentando – uma série de reflexões acerca da caminhada da igreja evangélica
brasileira.
Justamente
por conta de uma séria reflexão sobre o seu lugar na igreja e no mundo, este
grupo tem chamado bastante a atenção, uma vez que, ávidos por uma mensagem
bíblica profunda e sincera (daquelas que não partem da premissa de que os
ouvintes são idiotas alienados), aliada a uma relevância social num mundo
deveras desigual e corrompido, os sem igreja se nos apresentam como um
importante grupo a se conquistar.
Os
desigrejados não estão em busca de prosperidade material e nem de milagres sem
limites e a qualquer custo. Em geral, é gente com boa condição financeira e de
saúde. Além disso, por conta da formação que conseguiram ter e pela reflexão
que desenvolvem, essas pessoas pedem bem pouco de uma igreja e de um pastor. Assim,
nem é tão difícil responder às suas demandas, pois rapidamente se pode enxergar
a essência do cristianismo naquilo que tal grupo pleiteia, já que nossos irmãos
pedem apenas um pastor que tenha ouvidos realmente interessados em ouvir e
ombros realmente interessados em suportar o peso de uma ovelha, como quer o
Evangelho.
Talvez
já estejam em curso as estratégias para reintegrar tal grupo a uma comunidade
de fé. No entanto, dogmatismos e intolerâncias sem limites não ajudarão em
nada, pois a maioria dos pastores não tem a formação e as informações de que
dispõem os desigrejados. Do mesmo modo, promessas mirabolantes não estão na
ordem do dia, já que, para um desigrejado, papo de Malafaia, Valdemiro, Macedo,
Miguel Ângelo, dentre outros, já se tornou, no mínimo, mensagem de procedência
maligna.
liberdade,
beleza e Graça...
terça-feira, 13 de maio de 2014
domingo, 11 de maio de 2014
sábado, 10 de maio de 2014
Os desigrejados - é possível ser cristão sem frequentar uma igreja?
Conversas com
alunos 06.
Para mim, teologia é a busca de
respostas às questões que são vivas e interessantes. Posto isso, sinto a
necessidade de escrever algo sobre a questão do desigrejamento[1]
com base na pergunta de um querido aluno. A pergunta era a seguinte: é possível
ser cristão e não frequentar uma igreja?
Primeiramente devemos considerar
o que é ser cristão. Biblicamente é aquele indivíduo que tenta ser um pequeno
cristo, ou seja, que considera Jesus como filho de Deus, ou Deus dependendo de
onde historicamente você estiver, e que tente de uma forma ou de outra
manifestar as mesmas coisas que o Jesus dos quatro evangelhos manifestou. Certamente
que os megalomaníacos acham que é sair por ai fazendo milagres, coisa que ninguém
faz tendo em vista a fila dos postos de saúde que não param de crescer, mas é possível
sair por ai demonstrando amor e perdão pelas pessoas. Logicamente que o ensino
do Cristo Bíblico é um pouco mais complicado e extenso que cuidar, amar,
perdoar e amar, mas parece praticável em qualquer contexto e cultura.
Posto isso, a igreja que em
grego é a assembleia dos cristãos, tem a finalidade de reprodução social do
discurso cristão. Calma, complicado mais explico. A igreja é a instituição
social que tem como finalidade reforçar a prática e o discurso cristão e
portanto, ela deveria apresentar, ensinar e revitalizar o discurso enquanto
prática cotidiana. Mas, suponha que essa instituição social não faça isso, que
ela não ensine corretamente os ensinos de Jesus, que ela apenas cobre condutas impossíveis
de seus membros, condutas as quais nem seus sacerdotes fazem. Então, ao invés
dela reproduzir socialmente os valores do reino de Deus, elas apenas
institucionaliza uma dada doutrina histórica e exerça sobre seus membros poder
social e político que este lhe dê seu dizimo.
Mas pode piorar. Agora imagine
que no que tange a espiritualidade essa igreja acredite que seu membro ideal
deva ser um neurótico, com surtos todos os domingo. Neurose, uma inflamação de neurônios,
no sentido de tomar para si narrativas simbólicas religiosas e permanecer
focado nelas por meses, até que a igreja apresente outra historia em outro
evento para que a pessoa continue em pânico e permaneça ali. E não estou me referindo
às neopentecostais.
Então o sujeito, vai nessa igreja, acredita
na coisa de Jesus, mas depois de alguns anos percebe que é insuportável viver
naquela comunidade, assim como nas demais. Será que ele está errado? Pode até
estar, entretanto, é por falta de opção que se afasta tendo em vista que não
consegue ver motivo que compense o custo de gastar seu tempo ali. Pode-se evocar
o argumento de que a Bíblia ordena isso ou aquilo, mas o fato é que as pessoas
vão a um lugar quando tem um bom motivo para fazê-lo, e eu acredito que os
desigrejador simplesmente perderam esse motivo. Além do fato que as pessoas, que
frequentam não dão a mínima para a Bíblia, pois alguns leram e poucos
entenderam.
Estava ouvindo um debate sobre o
tema (com Augustos Nicodemus), e apareceu um termo interessante que é a palavra
decepção. Os celebres pensadores da mesa argumentaram acertadamente que grande
parte dos desigrejados são pessoas que se decepcionaram com a igreja. Contra isso
argumentaram que as pessoas não podem ficar decepcionadas com a igreja e que
por mais que ela erre não há motivo para abandona-la. Em resumo, sugeriram que
os decepcionados com a igreja são crianças que deveriam engolir o choro e
voltar a “comunhão e aos sacramentos”.
Eu até concordaria com esse
argumento, em outro momento da minha vida eu defenderia isso certamente, mas
como sou um desigrejado e talvez o pior de todos eles, penso que esse argumento
é tremendamente falho e perturbador. Falho porque desconsidera que a igreja, no
processo de evangelização (proselitismo) e na educação cristã, faz promessas
que Deus nunca fez, e que ao não serem cumpridas causa muita dor. Perturbador,
pois ao invés de olhar para a igreja, acusam os desistentes de serem fracos e melindrosos,
e dão a entender que essas pessoas deveriam se comportar como mulheres que ao
serem agredidas pelos maridos, permaneçam fiéis a estes. Além do fato de que o
argumento de que os sacramentos podem comunicar graça ao fiel é algo triste, religiosamente
primário e existencialmente infantil.
A pergunta era: é possível ser
cristão e não frequentar a igreja? É difícil, mas às vezes é a única forma
possível, tendo em vista a quantidade de igrejas ruins que existem por aí. Biblicamente
a igreja tinha seu valor enquanto comunidade dos santos, onda as pessoas
atuavam coletivamente e eram atendidas coletivamente. Não há indicação da
necessidade esotérica de ter certificado de batismo, carteirinha de membro, unção
do pastor nem cobertura espiritual. Se havia relação era entre mestre e discípulo
no aprendizado, e considerando Lucas, notamos que eles transitavam
constantemente entre grupos, mesmo com discursos distintos.
Existem algumas igrejas que
tentam fazer algo bom para as pessoas e seu valor deve ser reconhecido e
destacado. Entretanto, essa noção contemporânea de igreja evangélica tornou-se
cansativa, chata, cheia de rituais e coisinhas que com o tempo enjoam qualquer
pessoa. Se elas querem resgatar os desigrejados devem repensar sua prática e
suas ações, de modo que possam responder às necessidades espirituais destas
pessoas que apesar de terem desistido da igreja, ainda teimam em buscar o
caminho de Jesus.
[1] Desigrejado
é o cristão evangélicos que apesar de ser cristão não frequenta nem é filiado e
uma igreja, denominação ou comunidade religiosa.
sexta-feira, 9 de maio de 2014
quinta-feira, 8 de maio de 2014
segunda-feira, 5 de maio de 2014
domingo, 4 de maio de 2014
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