segunda-feira, 28 de maio de 2012

Como arrancar dinheiro de crentes (evangélicos)...

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Teólogo inútil, só critica e não faz nada para ajudar...

Teólogo inútil, só critica e não faz nada para ajudar...
Dialogo sobre o lugar da teologia no mundo eclesiástico.



Senão vejamos, que não foi apenas uma vez que me disseram que ao invés de ficar criticando a igreja, eu deveria fazer alguma coisa. Aliás, eu deveria ajudar alguém de alguma forma. Portanto, este texto tem a finalidade de ajudar alguém a compreender algumas coisas importantes que as igrejas deveriam ensinar a seus freqüentadores, mas não ensinam. Apesar de tudo não sei se é justo culpabilizar as igrejas por não ensinarem essas coisas, pois as pessoas freqüentam as igrejas justamente por elas não ensinarem esse tipo de coisa.
A primeira coisa interessante, que acredito que todos deveriam saber com relação a vida, o universo e tudo mais, é que toda afirmação só tem implicações sobre quem acredita nela. Recomendaria um leitura de Nicolau Maquiavel com respeito ao tema, conquanto não recomendo segui-lo como doutrinador, mas sim conhecê-lo para saber como as pessoas podem tentar enganar você. Sim, as afirmações que faço, sobre qualquer assunto, só tem implicação sobre quem acredita, quero disser que quando um pessoa vai a uma igreja e o pastor diz que ela tem que dar tudo, ele está tentando fazer o sujeito dar alguma coisa, e o ouvinte que acredita nisso, acaba dando mais do que pode. Veja que para o pastor não faz diferença o quanto foi dado, não faz diferença se o sujeito vai passar fome depois daquilo, pois se o sujeito um dia aparecer e falar que as coisas não aconteceram, o pastor vai dizer para ir reclamar com Deus.
A segunda coisa interessante, ou não, é com respeito a questão dos grupos religiosos em si. Não penso que ser religioso e ou freqüentar um grupo, centro ou igreja seja em ruim em si, pelo menos por enquanto, ainda vejo alguns benefícios em participar. Mas a questão é: qual o lugar que este grupo religioso deve ocupar na vida do sujeito. O que é a vida? bem isso é difícil de entender e impossível de explicar corretamente, mas a priore, a vida social de um sujeito é formadas por várias relações sobrepostas, por exemplo, famíliares, relacionamento amorosos, relacionamentos profissionais, relacionamentos lúdicos e a sempre esquecida relação consigo mesmo. se Freud estiver certo, e de fato ele acerta na maioria dos casos, as religiões mudam as prioridades dos fiéis de modo que as novelas da religião tornam-se mais importantes que as novelas pessoais (as vezes o simulacro é mais interessante que a realidade). Neste sentido, a religião vai querer que você só tenha relações sociais com as pessoas da casa, e segundo regras da religião em si. Por fim, ela vai querer que o sujeito se relacione consigo mesmo segundo regras da religião, ai os budistas e cristãos se encontram no ponto de ônibus do discurso religioso, no qual o fiel tem que negar o eu. O fiel deve priorizar o nós. (o agricultor é Jesus e as arvres somos nozes...) Veja que isso não é ruim quando o nós é uma instância inteligente, que debate e delibera sobre as coisas, o problema é quando o nós é um líder pirado que acha que está curando o mundo com suas verdades e que sua leitura bíblica é a verdadeira (Macedo, Malafaia, Feliciano, outros...). Diria Boff que boa religião faz do sujeito uma pessoa melhor, e acho que pessoa melhor é igual relacionamento melhores, e relacionamento melhores é igual a mundo melhor...portanto, grupo religioso bom é um que facilita sua vida, melhor amigo, melhor família, melhor amante, melhor amigo de si mesmo.
Terceira e ultima coisas que acredito poder ajudar as pessoas religiosas. As pessoas acham que os trabalhos eclesiásticos (de todas as religiões) estão fazendo um bem as pessoas, estão ajudando. Eu tenho minhas duvidas se ir todos os domingo cantar as mesmas musicas, ouvir uma pregação (boa ou ruim), falar mal da vida alhei e depois comer bolachas seja realmente algo que contribua para a vida das pessoas. Mas talvez, nas situações de crise, seja um momento para a pessoa parar e se refrigerar, já vi isso de fato, mas o que é problemático é que a pessoa não aprende nunca a ser gente. Fica trinta ou quarenta anos ouvindo a mesma conversa e nunca consegue raciocinar para mudar de vida e seguir em frente, nunca consegue tornar-se pessoa e assumir a responsabilidade de seus atos e decisões. Sempre na dependencia da Palavra do tal pastor, ou de alguma promessa divina, nunca tomando decisões e nunca se colocando a disposição de arcar com as conseqüências de seus atos. (pois foi o diabo, não fui eu...). Neste sentido, a igreja torna-se apenas uma prisão semântica que não faz com que o sujeito crescer e torne-se livre. A Bíblia diz que conhecendo a verdade, ela libertaria, e a verdade é Jesus. Jesus tinha amigos, fazia o que achava que era certo, tinha relações familiares coerentes (esqueça a briguinha com Maria na festa...) e ainda tinha tempo para ser o messias. (não tinha namorada para não ter sogra). Aliás, liberdade é um conceito que deveria ser explorado de forma mais exegética, conquanto ser um conceito grego, usando em um contexto grego, e com finalidade gregas.
Por fim, estes argumentos fazem parte das idéias de conceitos que tenho trabalhado sobre o guarda-chuva da Teologia da Autonomia, brevemente em uma revista da Avon perto de você. Para que ser a logias sobre theós (teologia)? Serve para questionar e pensar sobre o tema, de modo que o indivíduo tome suas decisões, é para isso que a igreja e seu púlpito deveria se prestar, e não para afirmar verdades absolutas sem garantia, pois toda certeza é perigosa, principalmente porque no ultimo dia, não haverá PROCON para buscar-se os direitos com respeito a verdades mentirosas. Recomendo ler a Bíblia coerentemente, e ainda recomendo encarecidamente que não me sigam...

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Sobre a transcendência ...



Outro dia conversava com um amigo, teólogo, que até me deu aula no seminário, com o qual há muito não trocávamos algumas idéias. Ele me disse que estava lendo alguma coisa no ramo da transcendetalidade e coisas semelhantes, buscando ressaltar junto a suas ovelhas a importância de olhar para o alto e tudo mais. Fique pensando: existe essa coisa de transcendentalisdade? Será que essa é a função básica das igrejas, e no caso positivo de sua existência, como ela deveria ser considerada enquanto tal.
Valeria uma discussão maior, mais elaborada, mas o que me ocorre é que a transcendentalização das coisas em si por vezes é apenas uma verniz pardo que coloca-se sobre as coisas em si. Eu não acho que isso seja ruim de fato, pois se pensarmos que a estética é uma transcendentalidade, que possibilita pegar uma pedra e nela manifestar uma forma de extrema beleza, ou não, notaríamos que a maioria das coisas que nos cerca está permeada e mediada por construções culturais relacionadas ao além e ao aquém.
Talvez devêssemos perceber que o Deus que construímos, ou pelo menos para os mais ortodoxos, o Deus que percebemos enquanto revelamento relevante, possui uma relação dialética do ideal para o real, conquanto começa no real e indo a idealidade pode voltar-se sobre a realidade transformando-a em algo melhor. Jesus, nesta perspectiva tem essa natureza de ser uma idealização de o que seria o homem enquanto perfeito, que volta-se sobre o mundo imperfeito para iniciar o circulo de aperfeiçoamento.
Qual é o problema da transcedentalidade? é que se ela volta-se sobre si somente, permanece enquanto utopos inútil, lamentável e heteronômico. Pois, se ele não dialoga com a realidade, ele apenas se imporá sobre as pessoas, tentando formatá-la. Se doutro modo observamos na perspectiva dialética da realidade, a realidade da vida melhora a utopia tornando-a cada vez mais próxima do praticável. Os atores do dialogo tornam-se participantes de uma busca construída ao longo do caminho, que nos leva a velha a conhecida teologia feita pelo caminho, como propunham os teólogos latino americanos. Elas avençaram em alguns pontos, mas perderam-se em outros, de modo que o conservadorismo destes pensadores custou caro para sua relevância frente às hostes (neo)pentecostais.
Por fim, transcendentalidade fala do que eu quero ser quando crescer, ou quando desencarnar, ou quando as coisas não forem mais como elas são. Poder-se-ia pensar que a transcendentalidade tem a implicações coletivas sociais, de modo que o inconsciente coletivo tem suas próprias prioridades e dinâmicas, seria a transcendência cultural que formata nossas pequenas transcendências pessoais? Se nossa transcendência pessoal não encontrasse correspondência na transcendetalidade coletiva, seria apenas mais uma loucura sem sentido....mas grandes transcendentalistas ou iniciadores de doutrinas, costumes e crenças eram ditos como malucos. Mas mesmo assim, essas maluquices simplesmente estejam já preestabelecidas como rotas de fuga psíquicas de uma dada cultura. Assim percebe-se que os neo-pentecostais são desprovidos de transcendentalidade espiritual, pois querem apenas ser ricos e sadio, coisas que não tem implicações para o além. Esse materialismo também não é capaz de dialogar com a realidade, pois seu ideal está acima da bem estar da coletividade ou da sobrevivência da humanidade, bastando pensar naqueles testemunhos bizarros que pessoas que se gabam por terem dois ou três carros, sem se importante com o fato que as ruas estão cheias de veículos e que os carros fazem mal ao meio ambiente.


Marcos Henrique

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terça-feira, 15 de maio de 2012

CENA CONTEMPORÂNEA: EMICIDA VERSUS ALEXANDRE PIRES


CENA CONTEMPORÂNEA: EMICIDA VERSUS ALEXANDRE PIRES
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  Acredito que muita gente deve ter tido noticia de dois acontecimentos um tanto periferericos no último final de semana. Um foi a "nova" música de Alexandre Pires onde negros + Neymar do futebel aparecem vestidos de macaco e e na própria letra há uma sugestão da relação. Música de péssima qualidade (bem a altura do compositor cabeça de vento e midiático). O ministério público se posicionou "julgando" insitação ao racismo. No sábado e domingo o dito cator teve espaço em horário nobre para se defender afirmando ser negro e contra o racismo. No programa "Fantástico" (titulo historicamente apropriado!) do domingo na rede globo, mais uma vez tava lá o Alexandre Pires e de novo dizendo que a música não f a z apologia ao racismo. Só que em nenhum momento ele entra no conteúdo da música e na "coreografia" (que já diz muito sobre racismo ou não). Lamentável e coerente a situação da música brasileira. lamentável pelo tipo de vulgaridade apelativa, pobre e preconceituaosa que embarca certos "gêneros musicais" nos dias atuais num País tão rico em ritmos e letras. Coerente porque este é o "estado da música hegemônica brasileira" contemporânea. Tola, pobre em coreografia (basta ver a "coreografia" sutil de M. Teló!!!) e com rara criativadade (para se ver o que significa criatividade na música, vejamos "Alquimistas do Som", documentário sobre a música experimental no Brasil).
Segunda noticia. O rap Emicida foi preso no domingo acusado pela própria policia de belo horizonte de incitar a violência e desacato as autoridades (a mesma policia que sabe o que é respeitar ser humano pobre no Brasil! tem diploma disto). Na midia apenas a noticia de que ele foi preso e a razão da policia, obviamente. nada de sua fala, de sua defesa e da música em questão. Trata-se da inteligente "Dedo na Ferida", onde o rap dedica aos muitos e muitos pobres deste Pais que são despejados de suas moradias onde ocupavam, crianças humilhadas e agredidas pelos mesmos educados policiais que prendem gente como Emicida e faz vista grossa para os Alexandre Pires da vida. A música indica como um dedo na ferida mesmo o seguinte: "Porque a justiça deles, só vai em cima de quem usa chinelo". Precisa mais? Na verdade o que a policia prendeu não foi simplismente o rap, mas um tipo de música que fala e se coloca ao lado dos de baixo neste País profundamente injusto, perverso com os da "Senzala" (metafora mais que apropriada no dia 13 de maio!!!???). A "Casa-Grande" deste Pais não suporta as músicas (diga-se de passagem, bem construida esteticamente e sem apelação a cabeças de vento como Neymar ou a mulheres pelada s da midia pornográfica e moralista, ao mesmo tempo). Como muito bem diagnosticou o Psicanalista Tales Ab`Sáber no seu extraordinário ensaio sobre o Brasil contemporâneo "Lulismo: carisma pop e cultura anticrítica" (editora Hedra, 2011), o nosso debate atual esta completamente rebaixado pelo triunfo absurdo da "cultura anticritica" de entronização da irrelevância como norma. Como não acredito em dominação total, vejo em figuras como Emicida e na sua coragem e inteligência a esperança de termos sempre algo esteticamente contra-hegemônico nessa maré de lama e de mediocridade promovida que campea na cultura brasileira atual. Por fim e percebendo uma pequena ironia nessa história: ambos são negros, Emicida e Alexandre Pires. É fato notório. Mas um vem e se identifica com a "Senzala" o outro vive e se identifica com a "Casa-Grande" (midia hegemônica, revistas sensacionalistas, programa bobocas de auditório e por ai vai). Aqui esta a ironia e uma pequena a legoria da história do Brasil que chega aos nossos dias sem completar o seu "13 de Maio de 1888" e ainda na espera real do seu "20 de Novembro".

Romero Venancio (UFS)