quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Marco Tempest: Realidade aumentada, tecno-mágica | Video on TED.com

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Daniel Wolpert: A razão para os cérebros existirem | Video on TED.com

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O valor simbólico do alimento - Mente e Cérebro

O valor simbólico do alimento - Mente e Cérebro:

24 de novembro de 2011
O valor simbólico do alimento
Mais que nutrir, comer e beber são formas de interação social; as refeições estão vinculadas a percepções primordiais de amor e aceitação
© Shutterstock
Há muito se sabe que comer não é apenas um modo de se manter vivo e aplacar a fome, mas também um meio de comunicação e forma de obter prazer. Muitos conflitos emocionais, porém, revelam-se na forma de sintomas vinculados aos hábitos alimentares. Experiências da infância associadas à alimentação costumam deixar fortes marcas, tanto que a maior parte das pessoas fica ligada a sabores e alimentos aos quais foi habituada.

Além disso, os ritos à mesa favorecem a coesão social e por isso mesmo as diferenças culturais são tão evidentes e significativas nesse campo. É difícil encontrar, por exemplo, um italiano que queira comer pasticcio de rim, um prato comum entre os ingleses. Já os chineses são loucos por pés de frango, a parte da ave menos valorizada pelos brasileiros. Para os americanos, os mexilhões são moluscos repugnantes. Essas e outras preferências são resultado de aprendizagens precoces embasadas na imitação. A primeira fonte de informação é a família, mas assim que vão para a escola as crianças começam também a observar como os colegas se alimentam. Agir como os outros – comer e beber como eles – significa integrar-se ao grupo – empenhar-se para não ser excluído.

Já nas primeiras horas de vida o mundo entra pela boca. Junto com o leite, o bebê recebe o calor, o toque e o cheiro de quem o alimenta. Sente, ainda que de forma sutil, a presença – ou a falta – do afeto. E, depois das primeiras mamadas, a fome jamais será apenas de alimento. Ao longo da existência, as relações continuam permeadas pelos significados simbólicos que a comida assume na vida de cada um. A criança, por exemplo, sabe, mesmo que intuitivamente, que o alimento é um ponto delicado, é capaz de perceber o valor que o pai e a mãe dão às refeições. Assim, recusá-las é um modo de exercitar a chantagem afetiva. As técnicas usadas pelas crianças são conhecidas: há quem não toque na comida; quem a segure na boca por muito tempo cuspindo-a depois; quem só coma fora dos horários das refeições.

No entanto, nem sempre a iniciativa parte dos pequenos. Às vezes os pais insistem para que as crianças comam alimentos de que não gostam, não levando em consideração que os gostos na infância são diferentes dos que se estabelecem mais tarde. Ou então as estimulam a comer mais que o necessário, o que favorece a confusão entre alimento, prazer e afeto.

A equação alimento = amor e aceitação está tão consolidada que, quando os filhos não comem muito, certos pais sentem-se culpados por achar que não estão cumprindo seu papel. Preocupam-se quando percebem que a criança come menos, sem considerar que o processo de desenvolvimento não mantém sempre o mesmo ritmo: há momentos de crescimento intenso – como os dois primeiros anos de vida ou o início da adolescência – e há também fases mais atenuadas, em que a necessidade de alimento é menor. Se a criança ou o adolescente são saudáveis, deveriam ser capazes de autorregular-se com base nos sinais de fome e saciedade que vêm do organismo.

Se forem muito estimulados, poderão enjoar da comida, tornar-se resistentes aos sinais do estômago ou comer mais que o necessário e entrar na espiral da polifagia ou da bulimia. Nesse caso, o risco consiste em associar as sensações de estômago e intestino estufados à condição psicológica de saciedade e bem-estar. Sob o estímulo de um reflexo condicionado, comer em excesso pode se transformar em uma maneira rápida, imatura e inconsciente de buscar consolo, de enfrentar frustrações e decepções, de combater o tédio ou de preencher um vazio afetivo, com todas as consequências que isso acarreta para o próprio desenvolvimento físico e psicológico.
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Alfabetização tardia - Mente e Cérebro

Alfabetização tardia - Mente e Cérebro:

22 de novembro de 2011
Alfabetização tardia
Aprender a ler provoca mudanças neurais profundas, mesmo em adultos
Shutterstock
Alguns pesquisadores acreditam que a alfabetização, por ser evolutivamente muito recente, não ocorre em estruturas cerebrais exclusivamente dedicadas a ela. Ao contrário, utilizaria sistemas neurais que evoluíram em associação com funções cognitivas mais antigas, como o reconhecimento de faces, casas e objetos.

Em crianças em processo de alfabetização, o imageamento cerebral durante a exposição a estímulos ortográficos revela a ativação de uma região cortical específica denominada área de formas visuais de palavras (AFVP). Curiosamente, ela se encontra em uma região altamente responsiva a faces. Qual o papel dessa área na alfabetização de crianças e adultos? Ensinar a ler e escrever melhora o desempenho neural em geral, ou existe competição entre funções, por exemplo, entre leitura e reconhecimento de faces?

Algumas respostas foram recentemente publicadas na revista Science por uma equipe de cientistas europeus de diversas instituições, bem como brasileiros do Instituto Internacional de Neurociências e Reabilitação da Rede Sarah. Por meio de comparação entre analfabetos, alfabetizados na infância e ex-analfabetos, os pesquisadores dissecaram os efeitos da escolaridade e da alfabetização no estudo da ativação da AFVP e de outras áreas corticais. Foram medidas as respostas cerebrais à linguagem falada e escrita, faces, casas, ferramentas e padronagens visuais em adultos com diferentes níveis de alfabetização.

Verificou-se que a alfabetização incrementou respostas visuais e fonológicas, aumentou a ativação pela escrita do giro fusiforme esquerdo e induziu uma competição com a representação de faces nessa região. O estudo trouxe ainda um achado inspirador: boa parte das mudanças neurais relacionadas à alfabetização ocorreu mesmo em adultos ensinados tardiamente.

The Cardigans - Lovefool - YouTube

The Cardigans - Lovefool - YouTube: ""

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Marcha Mundia dos Direitos - em Campo Grande..

Coletivo Terra Vermelha (formando por alguns alunos de CISO, de outros cursos, de movimentos sociais e de outras cidadades) está organizando aqui em Campo Grande a Marcha Mundia dos Direitos, em decorrência dos acontecimentos recentes envolvidos com a questão indígena. Ela será no dia 10 de dezembro e a concentração começará às 15h na praça do rádio. A ideia é embarcar  os diferentes movimentos sociais e a população (como estamos falando de Direitos Humanos), mas ter um foco na questão indígena. Após a marcha será realizada uma assembléia com os participantes para serem decidas futuras ações. Além de CG, o coletivo Terra Vermelha estará organizando a Marcha em mais três cidades, Coxim, Dourados e Uberaba. Além disso, as cidades com o movimento Ocupa no Brasil e no Mundo também realizarão a marcha dos Direitos humanos, muitos também levantando a bandeira da questão indígena.
Gostaria de pedir a participação de todos e que ajudassem a Divulgá-la.
Obrigado.

Diego Pimentel...



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Conveniências Inconvenientes…




            Realmente estou ficando velho, pois não suporto mais barulho. Festas, cultos, jogos de futebol, tudo tem ficado mais e mais cansativo para mim. Campo Grande tem se tornado uma cidade muito barulhenta...recentemente, assisti na TV uma matéria sobre o problema das conveniências que juntam em suas portas jovens embriagados que fazem barulho. A conversa da matéria era como combater isso, e gostaria de comentar algumas opiniões sobre o tema.

            Primeiramente deveríamos delimitar o problema; jovens fazendo bagunça na frente de conveniências é um problema? Acho que sim! Por que? Porque eles incomodam os visinhos, eles tomam bebidas alcoólicas que lhes são proibidas, eles dirigem carros perigosamente, eles dançam sem roupa, fazem sexo na rua, fumam maconha, etc....  Mas espere um pouco: o problema para mim é que eles simplesmente que eles fazem barulho e dirigem perigosamente.
            Explicando: se eles fazem sexo, não é problema meu. É problema talvez dos pais deles, que terão que resolver os problemas subseqüentes como gravidez e doenças venéreas. se eles bebem, também não é problema meu, é problema dos país que terão que pagar essa conta e do estado que faz leis que não são cumpridas. Será que deveríamos liberar a bebida para menores? Não, de forma alguma, mas dizer que o problema é esse é errado, pois a bebida, assim como as drogas são conseqüências de outros processos psicossociais que deveriam ser considerados.
            Segunda coisa a se pensar é a questão da responsabilidade do estado. Se existe um problema, o estado tem que achar alguma forma de resolver, certo? Sim, o problema é como. Vez por outra, alguém lembra que na época dos militares isso nunca aconteceria, mas vejamos que os militares linha-dura nunca foram capazes de educar, apenas reprimiam, de modo que assim que eles saíram do poder, a coisa virou o que é hoje.
O estado deve promover POLÍTICAS públicas para resolver os problemas. Isso significa que: o estado deve desenvolver atividades educativas que pudessem trazer paulatinamente resultados duradores. No caso em questão, o estado deveria educar os cidadãos, todos eles, com respeito a seus direitos e deveres. Ao invés disso, investe-se em policia, para prender todos que descumprem a lei, no caso, criminaliza-se tudo.
Cigarro e salgadinhos estão sendo proibidos. O que vem depois? O café? Vão proibir a coxinha de carne? Vão criminalizar a pizza de Anchova  porque tem muito sal? Isso é o inferno comunista do avesso. Dever-se-ia ensinar os cidadãos a fazer a coisa certa, da melhor forma possível, com o menor dano e sem invadir o espaço dos outros.
Outra opção seria criar um local para que as pessoas que desejem se divertir dessas formas tivesse liberdade, coisa como aquela Praça na Holanda, onde todas as manhãs aparecem uns cadáveres para serem recolhidos. O caso é que se fizéssemos isso, teríamos cadáveres que não seriam recolhidos em tempo hábil. Entretanto, seria uma possibilidade...
Por fim, acredito que alguma coisa tem que ser feita. Eu mesmo processei uma vizinhas por causa de suas orgias, as convenhamos que o estado tenha que ser mais esperto, não estamos mais na idade média. Ou se educa as pessoas, condição básica da democracia, ou teremos que chamar os militares e evangélicos para reinventar o 1984 do Orson Wells....

quer saber mais??? veja no Campo Grande News..

Aproximadamente 4.800 resultados (0,30 segundos)
14 nov. 2011 ... A maioria dos leitores do **Campo Grande News** aprova a ideia de proibir o consumo de bebidas alcoólicas em conveniências anexas a ...
www.campograndenews.com.br/.../leitores-aprovam-proibir-consumo-de- bebidas-em-conveniencias
1 dia atrás ... A aglomeração não se intimidou nem mesmo com a polêmica lei que está para ser sancionada, de vetar o consumo de álcool em ruas, praças ...
www.campograndenews.com.br/.../mesmo-com-lei-polemica-em-votacao- movimento-ainda-e-grande-em-conveniencias
18 nov. 2011 ... Alvo de cobrança de ação mais eficiente contra a algazarra em ruas econveniências, a PM (Polícia Militar) rebateu que não cabe a ela a ...
www.campograndenews.com.br/.../pm-rebate-que-nao-e-responsavel-por- conceder-alvara-para-conveniencias
9 nov. 2011 ... A Câmara Municipal de Vereadores vota nesta quinta-feira o projeto de lei que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas dentro do perímetro ...
www.campograndenews.com.br/.../camara-discute-amanha-proibicao-do- consumo-de-bebida-alcoolica-em-conveniencias
30 mar. 2011 ... Garrafas de uísque, vinhos e cervejas foram os principais produtos apreendidos na operação feita esta manhã por policiais da Decon ...
www.campograndenews.com.br/.../operacao-apreende-bebidas-e-cigarro-em- conveniencias-e-supermercado
18 nov. 2011 ... Analice Teresinha Salgati Silva, 40 anos, mora no bairro há 32 anos, mas há quatro anos convive com o barulho provocado por ...
www.campograndenews.com.br/.../aos-prantos-moradora-diz-que-precisa- dormir-e-apoia-lei-contra-bebidas
16 nov. 2011 ... Dono de conveniência na avenida Manoel da Costa Lima, o estudante de Direito Fernando da Silva, de 22 anos, convive no dia a dia com os ...
www.campograndenews.com.br/.../polemico-veto-a-consumo-de-bebid


G1 - Índios de Mato Grosso buscam na escola manter viva a língua nativa - notícias em Mato Grosso

G1 - Índios de Mato Grosso buscam na escola manter viva a língua nativa - notícias em Mato Grosso:

29/11/2011 08h42 - Atualizado em 29/11/2011 08h42

Índios de Mato Grosso buscam na escola manter viva a língua nativa

Índios umutinas quase foram extintos após primeiro contato com não índios.
No país, segundo a Funai, existem 180 linguagens indígenas conhecidas.

Ericksen VitalDo G1 MT

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sede administrativa da aldeia umutina  (Foto: Ericksen Vital / G1)Sede administrativa da aldeia indígena umutina em Mato Grosso (Foto: Ericksen Vital / G1)

Os índios umutinas de Mato Grosso não falam mais diariamente a língua original. Eles adotaram o português como idioma oficial na aldeia localizada próximo ao município de Barra do Bugres, à beira do Rio Paraguai, distante 160 km de Cuiabá. O resgate da linguagem tradicional é um dos desafios para os 150 alunos da escola indígena da aldeia.

O esquecimento da língua dos antepassados, segundo pesquisadores e os próprios índios, é resultado do contato com os chamados não índios. No Brasil, estima-se que 1,3 mil línguas indígenas diferentes eram faladas no ano de 1.500 e hoje apenas cerca de 180 linguagens são conhecidas.

No começo do século passado, os umutinas quase foram extintos, mas conseguiram se reerguer formando um grande povoado com estrutura semelhante ao de uma pequena cidade do interior do país. O local possui luz elétrica, acesso à internet e telefonia móvel, além de casas de médio porte, escola estruturada e posto de saúde. No entanto, restaram apenas dois idosos, com mais de 95 anos, que trazem consigo a língua umutina.

Segundo explicou a cacique Creuza Umutina, primeira mulher no país a chegar ao mais alto posto indígena, os índios deixaram de falar a língua original por imposição dos homens brancos. Ela comentou que muitos índios apanhavam quando falavam a língua umutina e, com o passar do tempo, o contato marcado por violência fez com que os índios esquecessem a própria identidade linguística.

índios estudando dentro de sala de aula em aldeia de MT (Foto: Ericksen Vital / G1)Índios estudam para manter vivo o idioma original na escola localizada na aldeia (Foto: Ericksen Vital / G1)

“A gente sabe que a língua número um da aldeia é o português. E a tendência é não voltarmos a falar fluentemente o idioma dos nossos pais e avôs. Mas acreditamos que é possível preservar a nossa língua mesmo que parcialmente”, declarou a professora Dulcinéia Tan Huare, diretora da Escola Estadual de Educação Indígena Julá Paré, que está instalada quase no centro da aldeia.

Hoje a escola estadual, que tem oito anos, tem 150 alunos matriculados em diversas séries, desde o pré até o terceiro ano do ensino médio. Ao todo, no estado há 69 escolas indígenas que ensinam conteúdos próprios das 43 etnias que atualmente vivem em Mato Grosso, conforme informações da Secretaria Estadual de Educação (Seduc).

A professora está à frente da escola e diz que tem buscado ensinar o currículo oficial exigido pelo Ministério da Educação (MEC), que avaliza o diploma obtido pelos alunos indígenas. No entanto, ao mesmo tempo, explicou a professora, a escola busca estimular dentro de sala de aula aspectos importantes da cultura e da linguagem indígena. "A cultura está viva de novo", comentou.

A diretora da escola explicou ao G1, que atualmente a comunidade escolar tem buscado resgatar a cultura linguística dos seus antepassados e recuperar os seus valores culturais mais íntimos.

Hana Eduarda, de 11 anos, é uma das estudantes que está aprendendo a falar o idioma tradicional. Ao mesmo tempo, ela também busca estudar as outras disciplinas para conseguir realizar o sonho de ser médica. “Quero estudar bastante, apreender os costumes também, mas quero um dia ser médica. Quem sabe voltar à aldeia e ajudar as pessoas”, disse.

Escola umutina localizada dentro da aldeia em MT (Foto: Ericksen Vital / G1)Escola umutina localizada dentro da aldeia em MT
(Foto: Ericksen Vital / G1)

Segundo a professora, os estudantes como Hana aprendem, por exemplo, o conteúdo semelhante ao ensinado nas escolas urbanas. Porém, com uma diferença básica: a inserção no quadro curricular de disciplinas específicas de resgate da antiga cultura indígena.

Na Escola Julá Paré, que leva o nome de um dos últimos índios falantes do idioma umutina, existe uma matéria específica voltada para o ensino da cultura dos umutinas. Os alunos aprendem as músicas, danças, rituais e tradições dos índios, além da língua tradicional. “Os alunos conseguem assim apreender principais frases e palavras umutinas e se comunicar como antigamente”, comentou a diretora, que já foi aluna e professora de inglês na escola.

O idioma umutina ensinado em cada sala de aula aos jovens foi repassado por Julá Paré, um índio, como dizem, legítimo. Ele morreu em 2004, mas deixou como legado algumas palavras e frases próprias do dialeto umutina, que é uma derivação da língua dos bororos.

A cacique Creuza explicou que Julá Paré era um grande líder no qual ela tenta se inspirar na administração da aldeia. Ela comentou que, na atualidade, apenas dois idosos, com mais de 95 anos, conseguem se lembrar da língua umutina. Eles colaboram, como podem, repassando as informações sobre a linguagem materna aos mais jovens e professores. “Hoje meus netos já começam a falar a nossa língua umutina assim como meus antepassados. Isso é motivo de muito orgulho”, comentou a cacique.

Apesar de ensinar conteúdos próprios da cultura indígena, a diretora destacou que a escola cumpre as 200 horas de aulas exigidas pelo MEC e ensina todas as disciplinas fixas como português, matemática e história, entre outras.

índio diz que internet conectou aldeia ao mundo (Foto: Ericksen Vital / G1)Índio disse que internet conectou aldeia ao mundo
(Foto: Ericksen Vital / G1)

Na escola, também está o único lugar com acesso à internet da aldeia. São vinte computadores que são disponibilizados para os moradores, mas, principalmente, aos alunos. O índio Genelúcio Oliveira Keri, estudante de 21 anos, disse que a internet permitiu à aldeia se conectar ao mundo. “Nós conseguimos falar com pessoas diferentes do mundo todo, que a gente nem pensava em conhecer. Trocamos experiências”, comentou o jovem.

A diretora da unidade salientou ainda que os 15 professores que compõem o quadro de profissionais - todos eles pós-graduados – procuram, em muitos casos, regionalizar as informações ensinadas aos estudantes. Por exemplo, na disciplina de geografia, disse a professora, além de informações sobre o relevo dos continentes e do Brasil, os alunos aprendem, em aulas de campo, como é constituída a aldeia onde eles vivem.

Costumes indígenas
Além das disciplinas com foco na cultura umutina, outra diferenciação em relação aos colégios das cidades é o calendário. Ele é diferenciado e obedece aos costumes indígenas do local.

Durante quase todo o mês de abril, por exemplo, a escola faz uma série de programações focadas na cultura indígena. Ela comentou que os pais, tios e avôs participam com mais afinco neste período das atividades escolares, ensinando a fazer comidas típicas, cantar músicas, dançar e contar histórias sobre os costumes antigos.

Ex-cacique ensina os mais novos a fazer arco e flecha (Foto: Ericksen Vital / G1)Ex-cacique ensina os índios mais novos a fazer
arco e flecha (Foto: Ericksen Vital / G1)

O cacique aposentado Garival Calomisoré, de 64 anos, é um dos que ensina aos mais jovens a arte indígena. Ele confecciona arcos e flechas em sua casa. “Desde guris aprendemos como o arco e flecha é um instrumento importante. Esse é o jeito de a gente pegar um peixe e caçar. Todos nós já crescemos sabendo que esse é um meio de garantir a nossa sobrevivência”, comentou.

A superintendente de Diversidades Educacionais da Seduc, Debora Pedrotti, disse que estas unidades buscam incentivar o resgate das culturais indígenas locais. “As escolas têm matrizes curriculares próprias. O objetivo é fortalecer a identidade cultural dos povos indígenas, mantendo viva a cultura, a língua e a religiosidade dos jovens”, declarou.

História trágica
Segundo o pesquisador indígena aposentado e presidente da Associação de Amigos do Museu Rondon, Antonio João de Jesus, os umutinas foram quase dizimados no começo do século passado. Eles ficaram doentes e foram mortos pelo contato com os não índios.

Restaram pouco mais de vinte umutinas legítimos na região ao longo do Rio Paraguai e com a instalação de uma linha telegráfica em Barra do Bugres pela equipe do Marechal Cândido Rondon, por volta de 1911, os índios passaram a ser “protegidos” pelos expedicionários.

casas de aldeia indigena umutina em Mato Grosso (Foto: Ericksen Vital / G1)Casas construídas na aldeia umutina.
(Foto: Ericksen Vital / G1)

“Eles estavam sendo oprimidos pelo avançar dos homens civilizados que infestavam as aldeias de doenças. Muitos morreram”, comentou o pesquisador. Após o contato com os umutinas, Rondon trouxe outros índios de diferentes locais do estado de Mato Grosso para morar na região onde está instalada a aldeia, onde hoje vivem 500 pessoas de nove etnias diferentes.

O pesquisador lembrou, porém, um ponto importante referente à identidade dos moradores da aldeia próximo a Barra do Bugres. “Todos os índios que vivem nas terras umutinas, independentemente das diferentes etnias originárias, se consideram como umutinas devido ao sentimento de união que existe entre eles”.