quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Problema Missionário: a reprodução dos erros nacional em outras terras.

Recebo semanalmente emails e mensagens no Facebook falando sobre a importância do trabalho missionário, mas hoje, acho que deveríamos repensar algumas coisas importantes com respeito a missão da igreja e o trabalho transcultural. Recomendo a leitura de meu artigo na revista theologando[1].

A primeira coisa que me ocorre é que trabalho transcultural é comunicação de conteúdo cultural. Entendo que a mensagem do evangelho se encaixam em qualquer cultura, mas junto com ela, existem os elementos coadjuvantes relativos a própria cultura do missionário. Neste sentido, essa coisas que chamamos de igrejas evangélica brasileira é uma sub-cultura tipicamente brasileira que me preocupa, pois contem muitos elementos dissonantes ao evangelho.
Me pergunto se os missionários estão levando a mensagem do Cristo, ou apenas reproduzindo seus próprios erros em outros países. Não vou nem discutir a questão da igreja universal (IURD) e os congêneres, pois nada têm de Cristãos. Ademais as igrejas que parem mais sérias comunicam um evangelho que ao invés de libertar os ouvintes, apenas abre a porta para o cristianismo neopentecostais. Afirmo isso porque a doutrina da prosperidade está incubada nas igrejas tradicionais, bastando observar que apenas pessoas ricas e bem colocadas são eleitas como liderança.
Falta na igreja brasileira um ensino que leve as caminhantes à liberdade e autonomia. Liberdade no sentido de entender que Deus nos faz livres para experimentar sua vida em nos, livres das heteronomias religioso do não toque, não coma. Outrossim, uma liberdade de escolhas e de consciência para que se experimente Deus na vida real.
Nas igrejas ainda discute-se questões como a mulher obedecendo ao marido, ou o membro obedecer ao pastor, no sentido de que a causa e origem de todos os problemas sociais sejam derivados a desobediência destas práticas tidas como naturais e divinas. Certamente que a Bíblia afirma a relação de obediência da mulher ao homem, conquanto seu texto escrito em um período onde as mulheres ficavam em casa, e os homens trabalhavam fora. Repare que isso mudou já a alguns anos, e ainda bem que mudou, pois apesar dos problemas (familiares e trabalhistas), ainda sim caminha-se para uma situação de mais possibilidade de escolhas. Não seria mais cristão que o marido e a mulher vivessem segundo relações de amizade e carinho? Eu escolho estar com esta pessoa, ao invés de, estou casado porque deus/pastor/igreja ordenou? Semelhantemente a relação pastor/membro torna-se doentia, porque imagina-se o pastor como autoridade, ao passo que se esquece que somos todos igualmente humanos. Pastor deveria pastorear as pessoas para que cresçam e não comandá-las para que obedeçam. (ler Mateus 23:8-12)
Fica a dica, mas pense no problema missionário. Que estamos comunicando para os povos africanos e orientais? Valores machistas e ultrapassados? Não deveríamos ensinar essas pessoas a ler a Bíblia como ela é ao invés de leituras espirituais estranhas de sonhadores malucos? Não deveríamos levar a essas pessoas um entendimento sobre a condição humana ao invés de leis e práticas religiosas? Pastor é aquele que ajuda no caminho ou um líder empresarial de sucesso?
Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará...essa verdades não é apenas afirmar uma teologia, mas sim a busca um entendimento do que realmente a coisa é. ler os seguidores a pensar e buscar entendimento claro com respeito ao mundo e a si mesmo. Infelizmente essa é uma coisa que a igreja brasileira não tem feito....Salvo exceções.

higiene começa em casa - Evangelho, primeiro se vive, depois se prega...


[1] http://fathel.com.br/revista/wp-content/plugins/download-monitor/download.php?id=16

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