sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A Bíblia é livro para criança!

Vi no blog do Ariovaldo Ramos, muito interessante...

A Bíblia é livro para criança!: "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar... Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz... E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura... E disse (Jesus): Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus." Gn 3.15; Is 9.6; Lc 2.12; Mt 18.3

Criança! Está no centro da Bíblia!

No jardim, a Trindade nos prometeu a Criança!

O antigo testamento conta com o Deus formou e conduziu um povo para que a Criança, nascendo de mulher, pelo poder do Altíssimo, fosse trazida para a história, a fim de abençoar a humanidade.

O novo testamento conta como a Trindade formou e conduz o povo que leva a Criança, a toda a humanidade, para abençoar a nossa história, para que a nossa história termine em salvação.

E a Criança, que cresceu em graça e sabedoria, diante de Deus e dos homens, portanto, sem perder a "criancitude", disse que quem quiser viver sob o reinado dos céus tem de se tornar criança.

Criança é a fase do ser humano onde o Pai é tudo, sabe de tudo, e pode tudo!

Criança confia no Pai, e não tem medo da vida, porque o Pai pode tudo!

Criança usa a sabedoria do Pai, e não tem medo do desconhecido, porque o Pai sabe tudo, de tudo!

Criança usa o discernimento do Pai, e sempre sabe o que é certo e o que é errado, porque o Pai discerne tudo!

Criança desfruta do sustento do Pai, e não tem medo do infortúnio, porque o Pai tem tudo.

Criança ama o Pai com tudo e acima de tudo!

Criança obedece o Pai em tudo!

Criança depende do Pai em tudo e para tudo!

Criança descansa no Pai!

Criança, nos braços do Pai, está salva!

Criança, nos braços do Pai, é segura!

Criança, nos braços do Pai, se gosta, porque se sente amada!

Criança, nos braços do Pai, é feliz!

O Deus Filho se fez criança para que todo o ser humano criança se deixe fazer.

O FIlho se fez criança para nos mostrar o Pai! O Pai que é tudo e, tudo, a nós, em nós, e, para nós, quer, e graças ao Filho, o pode ser.

A Igreja é a parte da humanidade que, por meio do Filho, foi adotada pelo Pai, e habitada pelo Espírito; recuperando, assim, a "criancitude".

A Igreja é a parte da humanidade que sabe, que ser adulto é ser criança que cresceu em graça e sabedoria, diante de Deus e dos homens.

A Igreja proclama: O Pai nos mandou o Filho, o Filho nos leva de novo ao Pai e o Espírito nos faz nascer de novo, e faz, de nós, filhos, nos faz crianças de novo, crianças como todo ser humano deveria ser.

A Igreja convida: vem ser criança com a gente!

A Bíblia é o livro, cujo centro é a Criança! A Bíblia é o livro da Criança, para que crianças voltemos a ser... E para sempre. A Bíblia é livro para criança!©ariovaldoramos

Natal é coisa de Criança - Reflexões Natalinas (3)


Natal é coisa de Criança

Reflexões Natalinas (3)


            Seguindo a discussão dos posts anteriores, gostaria de tratar aqui de uma fundamentação bíblica basica do Natal, a saber, Natal é coisa de Criança.
            Parece óbvio, mas devemos observar que o real sentido do natal é o nascimento de Jesus, que seria o salvador. Entretanto, deveríamos considera que nos textos Bíblicos canônicos existem dois natais, que apresentam quase os mesmo valores, a saber, a criança como ponto importante do processo kerigmatico e soterológico. (no final do texto eu explicarei o que isso significa...)
            Dizem os entendidos que Moises é um tipo Jesus, ou seja, ele era um exemplo de como seria o messias. Isso nos ajuda a entender, por exemplo, a necessidade de uma boa e consistente leitura do Antigo Testamento, pois é nele que estão as bases culturais daquilo que viria a ser o cristianismo.
            O ponto alto do judaísmo e do cristianismo é a páscoa, pois é ali que ambos os movimentos históricos tiveram seus pontos de efervescência simbólica. Aliás, a páscoa cristã significa a mesma coisa que a páscoa judaica, pois na judaica o povo é tirado do Egito para seguir à terra prometida, se considerarmos que Egito aparece como lugar de pecado e morte, notou que o cristianismo joga esses significados sobre o mundo, de modo que em Cristo os cristãos têm acesso à terra prometida eterna. Inúmeros símbolos são iguais, como por exemplo, a morte do primogênito, a travessia pelas águas, etc...
            Devemos considerar também que os eventos máximos não acontecem sem preparação, de modo que a crucificação não aconteceria sem ter havido anos (século?) de preparo. Um destes elementos mais importantes de preparo foi o nascimento de Jesus, que está em volto de significados muito parecido com o nascimento de Moisés, e ainda, com o nosso problema social contemporâneo.
            Moises nasce em meio a um processo infanticida que pretendia, através da morte das crianças israelitas, diminuir a população de descendentes de Abraão. A busca da manutenção do poder também levou Herodes, um deles, a fazer o mesmo com as crianças de Belém, com a finalidade de livrar-se do messias que poderia colocar em risco seus domínios sobre aquela parte da palestina. Tudo isso não tinha função religiosa, era apenas algo político, um processo covarde de eliminação de pessoas.
            Hoje, pensando que o Natal na Bíblia foi uma época de salvação e ao mesmo tempo de morte de milhares de crianças, deveríamos pensar se por algum acaso não estaríamos fazendo a mesma coisa.
            Bem, diria você, hoje temos o ECA (estatuto da criança e do adolescente) que protege as crianças, temos a lei da palmada que ainda não foi votada e ainda as bolsa famílias que dão uma força para o pessoal carente. Onde estarão sendo mortas crianças de colo? Eu mostro:
            Quando o governo não investe em hospitais, crianças de colo e não nascidos morrem por falta de atendimento e mesmo socorro, sem dizer a moda do erro médico de injetar coisa errada na veia de bebês. Quando o governo não investe em geração de empregos, faz com que pais vivam na miséria, que em si já mata muitas crianças, mas que gera o contexto onde essa criança será morta como criminosa na adolescência, ou viverá a vida toda fazendo mal as pessoas ou presa. Quando o governo não investe nas escolas publicas, deixando crianças confinadas em verdadeiros chiqueiros, com professos mal remunerados, elas não morrerão por causa disso, mas também não porão gerar filhos com perspectivas melhores que as deles.
            As igrejas ficam preocupadas com a legalização do aborto, isso é como tirar o cisco e deixar a trave nos olhos. As igrejas deveriam lutar pela melhoria da sociedade, pela geração de empregos, pelo combate a corrupção e pela promoção social. Ao invés disso estão preocupados com a vida pessoas de mulheres e adolescentes que por algum motivo não querem ter filhos, ou ainda, lutam com o direito de homossexuais que querem os mesmos direito que os demais cidadãos pagadores de impostos. A igreja não tem que concordar com nada que ela não queira (teologia é um problema institucional), mas deveria focar em coisas realmente importantes, e não nas coisas secundárias, de modo que uma vez resolvidas as primárias, desigualdade, injustiça e misérias, as secundárias estaria bem mais fáceis de serem discutidas e resolvidas.
            Neste sentido, o Natal é soterológico, ou seja, o natal tem haver com salvação. Nos tempos de Moisés, salvação foi sair da escravidão e seguir rumo a liberdade. O cristianismo foi à libertação das garras da morte e do legalismo, em direção a vida eterna. Para nós, ele funciona das duas maneiras, pois dever-se-ia libertar o cativo e aqueles que estão em situação de opressão social, ao mesmo tempo que não terminamos na materialidade, pois seguimos para uma vida eterna.
            Também, o natal é kerigmatico, ou seja, é tempo de anuncio da salvação em Cristo Jesus, pois das crianças é o reino dos Céus, e a mensagem de cristo é anunciada a elas quando as pessoas a sua volta experimenta os valores do reino. Muito mais importante que falar que Jesus Salva é demonstrar o amor de Deus ao próximo, pois Deus se manifesta por meio de nós.
            Kerigma e Sotera estão intimamente ligados. Não há anuncio sem salvação, não há salvação sem anuncio. Nada adiantaria dizer que Deus é bom, e o povo de Israel continuar sob o julgo do Egito, de nada adiantara dizer que Jesus salva, se não houvessem as comunidades que se reunião como grandes família para a pratica do cuidado fraterno e da comunhão. Por isso a igreja perde seu poder quando vira algo diferente daquilo que ela nasceu para ser.
            Natal é um tempo de preparação. Se desejarmos um futuro melhor, devemos usar o natal como momento de valorização da amizade, respeito, afeição, simpatia e amor (ágape) de modo que as crianças de hoje, aprendendo isso, possa em breve ser ato do processo de mudança da realidade. Natal é coisa de criança, assim como o futuro e a esperança...

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Como funcionam os sites de fofoca

by Cogumelo loco

Como funcionam os sites de fofoca:


Reportagem que mostra o dia-a-dia de um portal de celebridades.


Direção: Fernando Muylaert

Texto: Rafinha Bastos

A SALVAÇÃO QUE VEM DAS TREVAS

vi no Numinosum Teologia: A SALVAÇÃO QUE VEM DAS TREVAS:




acho que seria melhor colocar seus desafetos na soda...

MTV ridiculariza pastores


Vi no Gospelmais.com.br uma noticia bem interessante, alias, o site sempre tem coisas interessantes do mundo "gospel". duas noticias me chamara a atenção, mas uma especial é o link abaixo que fala sobre o "sucesso" que Marcelo Adnet da MTV tem feito imitando pastores televisivos.

o caso é que eu não sei o que é pior, se as piadas do comediantes, os os programas que o inspiraram. Acredito que as pessoas tem seus gostos e direito de ver seu pastor missionário preferido na tv, mas como diria um amigo, o unico pecado que não será perdoado é a falta de bom gosto.

Sim, os programas evangélicos (e os católicos), com exceção dos programas de entrevistas, são de mal gosto e apenas alimentam a religiosidade das pessoas. os pregadores pregam bonito mas não tem a capacidade de ensinar coisas realmente úteis e que libertem as pessoas, apenas reproduzes discursos antigos, que alias me envergonho de chamar de doutrinas, e em meio ao "consolo" aproveitam para Tirar literalmente uma oferta....pelo menos neste sentido o Adnet tira sua renda de patrocinadores, e de cabo ensina seus fã a perceberem o quão de mal (mau?) gosto são os programas evangélicos.



abaixo a matéria com vídeos...


Marcelo Adnet da MTV, faz sucesso ridicularizando pastores. Assista:

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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Grécia e Itália: a Grande Perversão

Grécia e Itália: a Grande Perversão: Para resolver a crise econômico-financeira da Grécia e da Itália foi constituído, por exigência do Banco Central Europeu, um governo só de técnicos sem a presença de qualquer político. Partiu-se da ilusão de que se trata de um problema econômico que deve ser resolvido economicamente. Quem só entende de economia acaba não entendendo sequer a [...]

O dia do juízo sobre nossa cultura?

O dia do juízo sobre nossa cultura?: O final do ano oferece a ocasião para um balanço sobre a nossa situação humana neste planeta. O que podemos esperar e que rumo tomará a história? São perguntas preocupantes pois os cenários globais apresentam-se sombrios. Estourou uma crise de magnitude estrutural no coração do sistema econômico-social dominante (Europa e USA), com reflexos sobre o [...]

Como se coloca o problema de Deus hoje

Como se coloca o problema de Deus hoje: Hoje o tema de Deus está em alta. Alguns em nome da ciência pretendem negar sua existência como o biólogo Richard Dawkins com seu livro Deus, um delírio (São Paulo 2007). Outros como o Diretor do Projeto Genoma, Francis Collins com o sugestivo título A linguagem de Deus (São Paulo 2007) apresentam as boas razões [...]

Alerta vermelho - Rede Brasil Atual

Alerta vermelho - Rede Brasil Atual:

Alerta vermelho
Rede Brasil Atual
E, segundo relatos dos indígenas, gritavam: “Vamos queimar esses ônibus com índios! Índios vagabundos! Ficam invadindo fazendas”. “Ninguém pode com a gente! Nós mandamos aqui. Vai acontecer do jeito que nós queremos, nunca vamos deixar os índios nem a ...

OUÇA: Projeto apresenta filmes sobre indígenas no MIS - Portal do Jornal A Crítica de Campo Grande/MS

OUÇA: Projeto apresenta filmes sobre indígenas no MIS - Portal do Jornal A Crítica de Campo Grande/MS:

OUÇA: Projeto apresenta filmes sobre indígenas no MIS
Portal do Jornal A Crítica de Campo Grande/MS
O Projeto Vídeo Índio Brasil 2011 exibe todos os dias das 14h às 16h30 filmes com a temática indígena no Museu da Imagem e do Som até sexta-feira, 23, em Campo Grande. Algumas películas foram produzidas e realizadas pelos próprios indígenas. ...

PF indicia quatro fazendeiros e mais seis por ataque a índios e ... - Capital News

PF indicia quatro fazendeiros e mais seis por ataque a índios e ... - Capital News:

PF indicia quatro fazendeiros e mais seis por ataque a índios e ...
Capital News
Deve ser concluído na quinta-feira (22) o inquérito aberto pela Polícia Federal em Mato Grosso do Sul que investiga um atentado ao acampamento indígena Guayviry, localizado em Ponta Porã, no dia 18 de novembro, quando o cacique Nísio Gomes, ...

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Pinto nasce de ovo de supermercado - YouTube

Pinto nasce de ovo de supermercado - YouTube: ""

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Paul Washer - igrejas usando meios carnais para atrair pessoas carnais - YouTube

Paul Washer - igrejas usando meios carnais para atrair pessoas carnais - YouTube: ""


Abaixo seguem exemplos brasileiro do que Washer está falando....








As 10 cidade mais poluídas do mundo

vi no: Weird Existence

10 Most Polluted Cities in the World:

Just the other day a 7 billionth man is born on this planet. Our planet is more and more crowded by the day what can become a really big problem, because with the population increased the pollution of the Earth is bigger. Pollution and garbage are the biggest city problems today. Ten most polluted cities are next.



1. Baghdad (Iraq)


Baghdad is one of the most polluted cities because of the war which still wages on in this country. Frequent bomb attacks and destruction are significantly increasing pollution in this town.



10 most polluted cities in the world01


2. Brunei Darussalam


Brunei is a small country in South Asia but that didn’t stop her to be on this list. In this country are measured enormous amounts of carbon dioxide produced by vehicles.



10 most polluted cities in the world02


3. Dhaka (Bangladesh)


Dhaka is the capital city of Bangladesh, a country seated in South Asia. In this city are very frequent water pollutions so the city is fighting all the time against the pollution causes which threatens this town.



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4. Karachi (Pakistan)


Karachi is the biggest and the most developed town in Pakistan. Karachi is the biggest industrial center of this country which causes the most pollution in this town. In Karachi is noted constant increasing of diseases (eye, skin, heart diseases) and 35% of population is hit with some of this diseases.



10 most polluted cities in the world04


5.Lagos (Nigeria)


Lagos is with its 12 million citizens the biggest town in Nigeria and one of the biggest city on African continent. This town is facing large air pollution. Center of this town is almost always foggy.



10 most polluted cities in the world05


6.Mexico city (Mexico)


Mexico City is one of the biggest city in the world and one of the most polluted as well, even though he was entitled as one of the cleanest among the most dirtiest cities. Dense traffic and exhaust gasses are making the big part of the city to be in the fog most of the time. The biggest polluter in this town is nitrogen dioxide.



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7. Moscow (Russia)


Moscow is the capital city of Russia and it’s ranked among the most polluted cities. Among the traffic and exhaust gasses one of the biggest problem for this city is lack of places to put away the garbage. In some parts of the town cholera appeared.



10 most polluted cities in the world07


8.Maputo (Mozambique)


On the streets of Maputo you can find huge amounts of garbage because there is no enough developed system for putting away the garbage. Also, the sewage is in need of refining. One of the deficiency of this city is lack of sewage development.



10 most polluted cities in the world08


9.Mumbai (India)


Mumbai is one of the most populated and most busiest city in the world. Huge waste dumps on the streets and the stench are the things that are spoiling and jeopardizing life in this Indian metropole.



10 most polluted cities in the world09


10.New Delhi (India)


New Delhi is the capital city and one of the biggest cities in India. Like in Mumbai, huge amounts of waste and garbage are causing stench and many diseases in this town. Waste and non-regulated sewage are polluting water which is leading to increasing sickness among the newborns.



10 most polluted cities in the world10

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A Ceia de Natal - Reflexões Natalinas (2)

A ceia de Natal
Desde o ano passado estou pensando em discutir sobre a questão da ceia de natal. Portanto, vou tentar pontuar algumas coisas, e ainda dar um pouco de opinião sobre o tema. É muito importante refletirmos sobre isso e as conseqüências das coisas que tem sido ensinadas por ai, o caso é que espero que alguém além do Adaltro Albinelli leia e comente o texto...
Alguns pregadores e outros faladores midiáticos constroem uma série de criticas afirmando que a ceia de natal é algo que desvia a visão das pessoas com respeito ao verdadeiro significado no natal, a saber, o que é Jesus. O fato é que esse raciocínio está equivocado em diversas dimensões, e mesmo quando ele acerta (nos casos onde os mortos de fome só pensam em comer e beber), ele falha na sua intenção com respeito aos problemas.
Primeiramente devemos considerar devemos considerar quais são as dimensões a serem consideradas a questão em das comemorações de natal. Em primeiro lugar, deve-se considerar a instancia teológica do evento, depois devemos considerar o problema sociológicos das relações sociais, e por fim devemos considerar a coisa na perspectiva dos seus fins e objetivos.
Teologicamente até as crianças sabem quem Jesus não nasceu no dia 24/25 de dezembro, de modo que não preciso levantar aqui os argumentos óbvios que comprovam isso. Entretanto, a Igreja cristã escolheu esta data tendo em vista a necessidade que ela sentido de comemorar o natalício de Jesus. Isso não está errado, pois é importando promover eventos que rememorem as datas importantes de uma religião.
Na tradição cristã, um dos elementos simbólicos mais importantes é o presépio. Ali é representada a Sagrada Família, em sua condição de pobres, desamparados, dependentes de Deus, e sendo abençoados por ricos segundo a vontade de Deus. (ler Mateus). Ao olhar para o presépio, deveríamos nos lembrar que existem milhares de pessoas com filhos pequenos, em situação de risco, por vezes dentre animais, que não tem ninguém por eles.
Nesta mesma tradição, existe a questão dos presentes dos magos, que alias nem magos são, que deveria seguir de modelo simples para as praticas cristãs. Veja, onde está Jesus, está nas favelas, filhos de uma mãe solteira, que não tem condições de se sustentar.
Na tradição cristã inventaram o papai Noel, que dizem alguns, é uma inversão da coca-cola, ou é um santo católico que dava presente. Ainda estou pensando se é sadio as crianças acreditarem no bom velhinho, pois acredito que realidade é o melhor fortificante para a alma, mas não deixa de ser algo lúdico e que gera encantamento nas pessoas. O papai Noel é uma boa desculpa para adultos se fantasiarem para alegrar crianças, para levar alegria, e se a criança tiver condição e orientação correta, no dia que ela descobrir quem é o papai Noel ela vai pensar: puxa, quando eu crescer eu vou querer me fantasiar e alegrar as crianças. Logicamente que isso poderia ser convertido em desgosto e decepção, e eu ainda não estou convicto de uma resposta consistente sobre isso.
As ceias de natal onde a família senta-se em volta de uma mesa, com comida e com presente é uma benção, pois grande parte das pessoas não tem condições de ter uma vivencia destas. Algumas não têm dinheiro para comer, outras não têm parentes para compartilhar aqueles momentos e ainda outros não têm nem amigos para compartilhar um copo de cidra.
Ter uma família que consiga dirimir seus conflitos e possa estar em comunhão é um dos grandes desafios da pós-modernidade, e que isso possa parecer prosaico, perceba que a igreja deveria trabalhar em prol de que as pessoas desenvolvam as habilidades necessárias para convergir às pessoas e entes (queridos ou não) para a unidade.
Então aparece um pregador mal informado que fica esbravejando no púlpito que o natal não é o peru assado, mas sim Jesus. É óbvio que o natal não é a comida (Peru, porco, farofa, pudim), mas também não é a religião, não é o Cristo simbólico, mas sim é o Jesus que compartilha da ceia com os seus.
Os cristãos que acreditam nesta conversa acabam indo as festas apenas para exalar seu farisaísmo, acusando as pessoas de beberem e lembrando as pessoas de seus pecados. Os cristãos devem ser lembrados como aqueles que alegram os ambientes, as festas, as casas e as vidas de todos os que estão próximos.
Em termos de finalidade, deveríamos pensar na ceia de natal como um momento de geração de relações interpessoais. Se reclamarmos que a família é uma instituição falida, isso se deve ao fato de que não gastamos tempo construído pontes de relações uns com os outros. Todas as relações têm seu preço, não são fáceis, e de fato não acredito que devem ser forçadas, mas criticar a ceia é uma falta de percepção do problema como um todo. Além, disso, espiritualidade expressa na relação das pessoas umas com as outras, portanto é bem mais cristão estar com as pessoas em uma ceia que estar em uma igreja cantando músicas cansativas e fazendo orações rituais.
Por fim, troque um culto por uma visita. As pessoas que receberem sua atenção vão agradecer a Deus porque um anjo os visitou. Parem de criticar o frango, os presentes, os símbolos de natal, antes, aprenda a ler a beleza que eles expressão (ok, é um padrão estético gringo) e seja você também um propagador de alegria e paz valorizando os momentos que você pode ter com os seus próximos.

'Não consigo trabalhar no que me formei e agora, quero fazer um curso técnico'

'Não consigo trabalhar no que me formei e agora, quero fazer um curso técnico': Audio disponível no site da CBN

Fungo garante ceia criando armadilha para capturar alimento

vi no: do ScienceBlogs.com.br : Combined Feed

Fungo garante ceia criando armadilha para capturar alimento:

A gente ouve muito falar em bactérias e vírus, mas os fungos acabam ficando meio negligenciados. No final das contas, eu diria fungos são uns serezinhos bem peculiares… Dê uma olhadinha nas duas fotos abaixo (Fig 1).



Fig 1. Em “A” vemos uma foto do fungo Orbilia auricolor, em “B” vemos um micrografia eletrônica do fungo Arthrobotrys oligospora. Você seria capaz de dizer qual a relação entre eles?


Um grande problema nos estudos de alguns fungos acontecia justamente por que às vezes um fungo era descrito duas vezes com nomes diferentes. E por que isso acontecia? Porque os estágios reprodutivo e vegetativo são morfologicamente diferentes, o que levava a crer que eram espécies diferentes! Um exemplo disso é justamente o fungo da figura 1 – sim, leitor, O. auricolor e A. oligospora são a mesma espécie, o mesmo fungo! O. auricololor é a forma reprodutiva do fungo (na foto vemos pequeninos cogumelos fotografados por cima), enquanto A. oligospora é a forma vegetativa – ou seja: é a forma como o fungo é encontrado comumente no solo, esta fase é também chamada de estágio de crescimento – e esse é o nome pelo qual vamos nos referir a esse fungo no restante do post.


Você deve estar se perguntando “mas o que esse fungo tem de tão importante pra ter um post sobre ele”? Eu poderia falar que ele é frequentemente encontrado em solos poluídos com metais pesados, mas o enfoque aqui será outro: esse fungo tem hábitos carnívoros e mais, ele produz uma armadilha para capturar seu alimento! Na verdade, existem mais de 700 espécies de fungos carnívoros, mas estudos recentes com esta espécie nos permitiram dar um grande passo para a compreensão da biologia do “estágio carnívoro” desses fungos. Antes de falarmos sobre o estudo em si, vamos dar uma olhadinha no modo como esse fungo se organiza para capturar e se alimentar de vermes (nematoides) que habitam o solo (Fig 2).


Fig 2. Estágio parasitário de A. oligospora. Na foto “A” vemos a formação das armadilhas; em “B” vemos um nematoide em meio às armadilhas das hifas do fungo; e em “C” observamos de pertinho o nematoide preso em uma armadilha! O fungo então, penetra suas hifas no corpo do verme, lança enzimas digestivas no animal e, depois, se esbalda no delicioso banquete!


O genoma de A. oligospora foi sequenciado, e o que os pesquisadores descobriram é que o fungo possui 11.479 genes codificadores de proteínas. Depois, foram comprar o genoma desse fungo com o de outros 10 (alguns patogênicos e outros não) e os resultados demonstraram que dos 11.479 genes:



  • 6.157 são genes exclusivos dessa espécie fúngica

  • 4.249 são genes que são encontrados nas outras espécies analisadas. São genes chamados housekeeping e que estão envolvidos em funções metabólicas básicas das células.

  • 112 genes são compartilhados com fungos não patogênicos

  • 961 genes são compartilhados com fungos patogênicos


Em seguida, os foram realizadas análises filogenéticas, com a finalidade de verificar o parentesco entre esses 11 fungos, e A. oligospora é tão peculiar (53,64% do seu genoma é exclusivo) que ele compõe, sozinho, um clado na árvore filogenética construída.


Mas algo muito interessante desse estudo foi a tentativa que esses autores fizerem de analisar a regulação da expressão gênica nesse fungo durante a formação das armadilhas. Para isso, eles fizeram uma gororoba um extrato de nematoide e aplicaram no fungo. Posteriormente, analisaram a expressão gênica após 10h e 48h, comparando os resultados com um fungo que recebeu apenas água.


Os resultados demonstraram que houve, nas 10 primeiras horas, um aumento na expressão de 90 proteínas e uma queda na expressão de 16. Porém, após 48h o aumento na expressão ocorreu em 25 proteínas e queda em 94. Lembre-se que esses resultados comparam cada um dos grupos experimentais com o grupo controle.


Verificando-se a natureza das proteínas aumentadas em 10h, concluiu-se que é nessa fase o fungo está num período de crescimento e seu metabolismo está extremamente ativo, ou seja, é nesse ponto que o fungo está formando as armadilhas. Essas proteínas que são superexpressas estão envolvidas nos processos de tradução, modificações de proteínas, metabolismo de aminoácidos e carboidratos, além de genes de metabolismo energéticos e envolvidos na biogênese de membrana celular e parede. É importante ainda dizer que esses genes, quando avaliados no tempo de 48h, estão, em sua maioria, tendo sua expressão reduzida!


Esses fungos são muito importantes para o controle biológico dos nematoides no solo, e pode haver grande interesse industrial para a identificação e produção em larga escala dos metabólitos fungicos que atuam como nematicidas.


Os fungos são capazes de atrair esses vermes e, depois, de percebem a presença deles… Agora o que falta para esse trabalho ficar completo é alguém descobrir qual é o “sinal” que faz o nematoide ser atraído pelo fungo e como fungo percebe a presença desse nematóide desencadeando todas as alterações que o permitirão construir as armadilhas.


ResearchBlogging.org Yang J, Wang L, Ji X, Feng Y, Li X, Zou C, Xu J, Ren Y, Mi Q, Wu J, Liu S, Liu Y, Huang X, Wang H, Niu X, Li J, Liang L, Luo Y, Ji K, Zhou W, Yu Z, Li G, Liu Y, Li L, Qiao M, Feng L, & Zhang KQ (2011). Genomic and proteomic analyses of the fungus Arthrobotrys oligospora provide insights into nematode-trap formation. PLoS pathogens, 7 (9) PMID: 21909256


Autoestima molda imagem corporal de adolescentes - Mente e Cérebro

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Compulsão por compras pode estar associada à lesão cerebral - Mente e Cérebro

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Conversa entre dois Cientistas Sociais - parte 1

Conversa entre dois Cientistas Sociais - parte 1:




vi no Ciência Social Ceará


Certo dia, um cientista social encontra um outro...


- E aí? Tudo de BOAS?


- Nem tanto – suspirou – e você? Já DE CERTEAU sobre aquele tema de mestrado?


- Sim, sim, FOUCAULT ótimo!


- Sorte a sua. Tô de MAUSS a pior...


- Por que GABRIEL? TARDE demais?


- Não, é que eu preciso ser MARX esforçado, sabe?


- Ahhhhh, cara... SOKA tua humildade no KULA! Vai me dizer que aquelas 186 páginas de etnografia indígena não foram suficientes?


- Não foram. Fui reprovado pela bancada acadêmica, acredita? O negócio táROUSSEAU, não sei mais o que fazer...


- Eu posso te indicar algo com a condição de que você não HOBBES mais os temas das minhas pesquisas. Promete?


- COMTE-me, COMTE-me! Eu prometo.


- Veja! – aponta – Foi naquele MONTESQUIEU descobri um complexo sistema intertribal de trocas reais e simbólicas.


- SIM, MEL, e daí?


- ARES égua! Tu não captastes a mensagem, ó ser misógino da Lacedemônia?


- Hummmm, que BOYOWA! Essa linguagem rebuscada é tão falsa quanto nota de três.


- HAU, HAU, HAU. Não me faça rir! Lembre-se que você ainda não tem um tema decente para discorrer – riu.


- Quer saber? Tenho mais o que fazer! Vou terminar meu relatório sobre o hedonismo do binômio "Comunidade & Sociedade" implícito no desenho animado LooneyTÖNNIES. Você ri? Ria enquanto puder, seu morfético antirrelativista!


- Hein? Está me ameaçando com seu PERSPECTIVISMO?


- Tanta leitura sociológica está afetando o nosso juízo. Sugiro pararmos agora, estouMORGANdo com todo esse papo.


- Tsc, tsc... Você não resiste, é mais forte do que você! Veja só, estou perdendo meu horário de KUPER por sua culpa!


- E eu acabei perdendo aquela promoção do dia para comprar um televisor de LADD. “Como eu sofro”...


- Eu JARVIE esse filme antes. Na boa, é melhor encerrarmos por aqui e darmos às nossas vidas o rumo que elas merecem.


- Pois AZANDE logo, senão daqui a pouco tornaremos a falar de puerilidades.


Em seguida os dois amigos se cumprimentaram e foram atrás de um emprego.



Via - http://leandrosiris.blogspot.com/2011/12/conversa-entre-dois-cientistas-sociais.html

Para que serve a filosofia?

vi no Santos Pereira Willian

Para que serve a filosofia?:
O Sono da Razão Produz Monstros, de Francisco de Goya

Está tudo muito bem, mas será que vale a pena preocuparmo-nos? Qual é o interesse? A reflexão não põe o mundo a funcionar. Não coze o pão nem põe os aviões no ar. Por que razão não havemos de pôr as perguntas reflexivas de lado, e passar às outras coisas? Irei esboçar três tipos de respostas: a elevada, a intermédia e a chã.
A resposta elevada põe em questão a pergunta — uma estratégia filosófica típica, pois implica subir um grau na ordem da reflexão. Que queremos dizer quando perguntamos para que serve? A reflexão não coze o pão, mas também a arquitectura não o faz, nem a música, a arte, a história ou a literatura. Acontece apenas que queremos compreender-nos. Queremos isto pelo seu valor intrínseco, tal como os especialistas em ciências ou matemáticas puras podem querer compreender o princípio do universo, ou a teoria dos conjuntos, pelo seu valor intrínseco, ou como um músico pode querer resolver alguns problemas na harmonia ou no contraponto pelo seu valor intrínseco. São coisas que não se fazem em função de aplicações práticas. Grande parte da vida trata-se de facto de criar gado para poder comprar mais terra, para poder criar mais gado, para poder comprar mais terra… Os momentos em que nos libertamos disso, seja para fazer matemática ou música, para ler Platão ou Eça de Queirós, devem ser acarinhados. São momentos em que desenvolvemos a nossa saúde mental. E a nossa saúde mental é boa em si, como a nossa saúde física. Além disso, há no fim de contas uma recompensa em termos de prazer. Quando temos saúde física, o exercício físico dá-nos prazer, e quando temos saúde mental, o exercício mental dá-nos prazer.
Esta é uma resposta purista. Esta resposta não está errada, mas tem um problema. Acontece que provavelmente só consegue ser atraente para as pessoas que já estão parcialmente convencidas — pessoas que não fizeram a pergunta original num tom de voz muito agressivo.
Por isso, eis uma resposta intermédia. A reflexão é importante porque está na continuidade com a prática. O modo como pensamos sobre o que estamos a fazer afecta o modo como o fazemos, ou até mesmo se o chegamos a fazer; pode conduzir a nossa investigação, ou a nossa atitude relativamente a pessoas que fazem as coisas de modo diferente, ou até toda a nossa vida. Tomemos um exemplo simples: se as nossas reflexões nos levarem a acreditar na vida depois da morte, podemos estar preparados para enfrentar perseguições que não enfrentaríamos se nos convencêssemos — como muitos filósofos — de que a noção não faz sentido. O fatalismo, ou a ideia de que o futuro está determinado, seja o que for que façamos, é uma convicção puramente filosófica — mas é uma convicção que tem o poder de paralisar a acção. Em termos mais políticos, pode também exprimir a aceitação do baixo estatuto social atribuído a alguns segmentos da população, o que pode ser reconfortante para pessoas que, pertencendo aos estatutos mais elevados, encorajam essa aceitação.
Consideremos alguns exemplos mais prevalecentes no Ocidente. Ao reflectir sobre a natureza humana, muitas pessoas pensam que, no fundo, somos inteiramente egoístas. Só procuramos a nossa própria vantagem e nunca nos preocupamos realmente com mais ninguém. Quando parece que nos preocupamos com os outros, isso apenas disfarça a nossa esperança num benefício futuro para nós mesmos. O paradigma principal nas ciências sociais é o homo economicus — o homem económico. O homem económico toma conta de si, numa luta competitiva com os outros. Ora, se as pessoas pensarem que somos todos assim, sempre, as suas relações com os outros transformam-se; pois terão menos confiança nos outros, serão menos cooperativos e mais desconfiados. Isto muda o modo como interagem com os outros, o que acarreta vários custos. Irão descobrir que é difícil, e por vezes impossível, manter actividades cooperativas: podem ficar encurralados naquilo a que o filósofo Thomas Hobbes (1588-1676) chamou «a guerra de todos contra todos». Na vida real, essas pessoas terão um alto custo a pagar, pois estão sempre a pensar que estão a ser enganadas. Se a minha atitude for a de que «um contrato verbal não vale o papel em que está escrito», terei de pagar a advogados para conceber contratos com sanções, e se eu não confiar nos advogados por pensar que eles nada fazem excepto encher-se de dinheiro à custa dos outros, terei de contratar outros advogados para verificarem o trabalho dos primeiros advogados, e assim por diante. Mas tudo isto pode estar baseado num erro filosófico, que consiste em olhar para a motivação humana através de um conjunto de categorias erradas, compreendendo portanto de forma errada a sua natureza. Talvez as pessoas possam importar-se umas com as outras, ou talvez possam pelo menos preocupar-se em cumprir a sua parte e em manter as suas promessas. Se tivermos uma imagem mais optimista, talvez as pessoas possam viver de acordo com essa imagem. Talvez as suas vidas melhorem. Assim, pensar um pouco, encontrar as categorias certas para compreender a motivação humana, é uma tarefa prática importante. Não é algo que esteja confinado ao escritório; pelo contrário, é algo que extravasa o escritório.
Eis um exemplo muito diferente. O astrónomo polaco Nicolau Copérnico (1473-1543) reflectiu sobre como temos conhecimento do movimento. Copérnico percebeu que o modo como compreendemos o movimento depende da nossa perspectiva: isto é, a questão de saber se vemos ou não os objectos em movimento é o resultado do modo como nós próprios estamos colocados e, em particular, resulta da questão de saber se nós próprios estamos ou não em movimento. (Sobretudo em comboios ou nos aeroportos, já tivemos a ilusão de ver o comboio ou avião que está ao lado do nosso a começar a movimentar-se, apercebendo-nos depois, com um sobressalto, que somos nós que estamos em movimento. Mas no tempo de Copérnico havia menos exemplos quotidianos.) Assim, os movimentos aparentes das estrelas e dos planetas poderiam ocorrer não por eles se movimentarem como aparentam, mas por causa do nosso próprio movimento. E afinal as coisas são mesmo assim. Neste caso, a reflexão sobre a natureza do conhecimento — o que os filósofos chamam «investigação epistemológica», do grego episteme, que significa conhecimento — deu origem ao primeiro grande salto da ciência moderna. As reflexões de Einstein sobre o modo como sabemos que dois acontecimentos são simultâneos tinham a mesma estrutura. Einstein percebeu que os resultados das nossas medições iriam depender da direcção em que estamos a viajar relativamente aos acontecimentos que estamos a cronometrar. Isto conduziu à teoria da relatividade especial (e o próprio Einstein reconheceu a importância dos filósofos que o precederam, ao sensibilizarem-no para as complexidades epistemológicas de tais medições).
Como exemplo final, podemos considerar um problema filosófico que muitas pessoas enfrentam quando pensam sobre a mente e o corpo. Muitas pessoas têm em vista uma separação estrita entre a mente, como uma coisa, e o corpo, como uma coisa diferente. Embora isto possa parecer apenas bom senso, pode começar a contaminar a prática de uma maneira bastante insidiosa. Por exemplo, começa a ser difícil ver como estas duas coisas diferentes interagem. Os médicos podem então achar quase inevitável que falhem os tratamentos das condições físicas que respondem a causas mentais ou psicológicas. Podem achar praticamente impossível ver como interferir na mente de alguém pode alguma vez causar mudanças no sistema físico complexo que é o seu corpo. Afinal, a boa ciência diz-nos que é necessário ter causas físicas e químicas para ter efeitos físicos e químicos. Logo, podemos ter uma certeza a priori, uma certeza de poltrona, de que um certo tipo de tratamento (drogas e choques eléctricos, por exemplo) tem de estar «correcto» e que outro tipo de tratamento (como tratar os pacientes humanamente, o aconselhamento e a análise) está «errado»: não é científico, não é sólido, está condenado a falhar. Mas esta certeza não tem como premissa a ciência mas uma falsa filosofia. Uma concepção filosófica melhor da relação entre a mente e o corpo muda essa certeza. Uma concepção melhor deve permitir-nos ver que nada há de surpreendente no facto de haver interacção mente-corpo. Um dos factos mais corriqueiros, por exemplo, é que pensar em algumas coisas (domínio mental) pode fazer corar (domínio físico). Pensar num perigo futuro pode causar todo o tipo de mudanças corporais: o coração bate rapidamente, os punhos fecham-se, as entranhas contraem-se. Por extrapolação, não deve haver qualquer dificuldade em compreender que um estado mental como um alegre optimismo possa afectar um estado físico como o desaparecimento de manchas na pele ou até a remissão de um cancro. O problema de saber se tais coisas acontecem realmente transforma-se numa questão puramente empírica. A própria certeza de poltrona de que tais coisas não poderiam acontecer é afinal algo que depende de uma má compreensão das estruturas do pensamento, ou por outras palavras, má filosofia — e nesse sentido é anti-científica. E perceber isto pode melhorar as atitudes e as práticas médicas.
Assim, a resposta intermédia chama-nos a atenção para o facto de a reflexão estar na continuidade com a prática, podendo a nossa prática ser melhor ou pior de acordo com o valor das nossas reflexões. Um sistema de pensamento é algo em que vivemos, tal como uma casa, e se a nossa casa intelectual estiver fechada e for limitada, precisamos de ver que outras estruturas melhores serão possíveis.
A resposta chã limita-se a sublinhar um pouco este aspecto, não relativamente a belas disciplinas graciosas como a economia e a física, mas relativamente ao piso térreo onde a vida humana é um pouco menos elegante. Uma das séries de sátiras gravadas pelo pintor espanhol Goya tem por título «O Sono da Razão Produz Monstros». Goya pensava que muitas das loucuras da humanidade resultavam do «sono da razão». Há sempre pessoas prontas a dizer-nos o que queremos, a explicar-nos como nos vão dar essas coisas e a mostrar-nos no que devemos acreditar. As convicções são contagiosas, e é possível convencer as pessoas de praticamente tudo. Geralmente, estamos dispostos a pensar que os nossos hábitos, as nossas convicções, a nossa religião e os nossos políticos são melhores do que os deles, ou que os nossos direitos dados por Deus anulam os direitos deles, ou que os nossos interesses exigem ataques defensivos ou dissuasivos contra eles. Em última análise, trata-se de ideias que fazem as pessoas matarem-se umas às outras. É por causa de ideias sobre o que os outros são, ou quem somos, ou o que os nossos interesses ou direitos exigem que fazemos guerras ou oprimimos os outros de consciência tranquila, ou até aceitamos por vezes ser oprimidos. Quando estas convicções implicam o sono da razão, o despertar crítico é o antídoto. A reflexão permite-nos recuar, ver que talvez a nossa perspectiva sobre uma dada situação esteja distorcida ou seja cega, ou pelo menos ver se há argumentos a favor dos nossos hábitos, ou se é tudo meramente subjectivo. Fazer isto bem é pôr em prática mais alguma engenharia conceptual.
A reflexão pode ser encarada como uma coisa perigosa, visto que não podemos saber à partida onde nos conduzirá. Há sempre pensamentos que se opõem à reflexão. As questões filosóficas fazem muitas pessoas sentirem-se desconfortáveis, ou mesmo ultrajadas. Algumas têm medo que as suas ideias possam não resistir tão bem como elas gostariam se começarem a pensar sobre elas. Outras podem querer basear-se nas «políticas da identidade» ou, por outras palavras, no tipo de identificação com uma tradição, grupo ou identidades nacionais ou étnicas particulares que os convida a voltar as costas a estranhos que coloquem em causa os hábitos do grupo. Essas pessoas irão minimizar a crítica: os seus valores são «incomensuráveis» relativamente aos valores dos estranhos. Só os irmãos e irmãs do seu círculo podem compreendê-las. Algumas pessoas gostam de se refugiar num círculo espesso, confortável e tradicional de tradições populares, sem se preocuparem muito com a sua estrutura, as suas origens, ou mesmo com as críticas que possam merecer. A reflexão abre a avenida da crítica, e as tradições populares podem não gostar da crítica. Neste sentido, as ideologias tornam-se círculos fechados, prontas a sentirem-se ultrajadas pelo espírito interrogante.
Nos últimos 2 mil anos, a tradição filosófica tem sido a inimiga deste tipo de complacência confortável. Tem insistido na ideia de que uma vida não examinada não vale a pena ser vivida. Tem insistido no poder da reflexão racional para descobrir o que há de errado nas nossas práticas, e para as substituir por práticas melhores. Tem identificado a auto-reflexão crítica com a liberdade — e a ideia é que só quando nos conseguimos ver a nós mesmos de forma adequada podemos controlar a direcção em que desejamos caminhar. Só quando conseguimos ver a nossa situação de forma estável e a vemos na sua totalidade podemos começar a pensar no que fazer a seu respeito. Marx disse que os filósofos anteriores tinham procurado compreender o mundo, ao passo que o que era preciso era mudá-lo — uma das asserções famosas mais tolas de todos os tempos (e completamente desmentida pela sua própria prática intelectual). Teria sido melhor que Marx tivesse acrescentado que sem compreender o mundo, pouco saberemos em termos de como o mudar — pelo menos para melhor. Rosencranz e Guildenstern admitem não saber tocar gaita-de-foles, mas tentam manipular Hamlet. Quando agimos sem compreensão, o mundo está perfeitamente preparado para dar voz à reacção de Hamlet: «Pensais que eu sou mais fácil de controlar que uma gaita-de-foles?»
Há correntes académicas no nosso tempo que são contra estas ideias. Há pessoas que questionam a própria noção de verdade, de razão, ou a possibilidade da reflexão desapaixonada. Na sua maior parte, fazem má filosofia, muitas vezes sem saberem que é isso que estão a fazer: são engenheiros conceptuais que não conseguem desenhar um plano, quando mais conceber uma estrutura. Voltaremos a esta questão várias vezes ao longo do livro, mas para já posso prometer que este livro está de cara levantada ao lado da tradição e contra qualquer cepticismo moderno, ou pós-moderno, quanto ao valor da reflexão.
O mote completo de Goya para a sua gravura é o seguinte: «A imaginação abandonada pela razão produz monstros impossíveis; unida a ela, é a mãe das artes e a fonte dos seus encantos». É assim que devemos encarar as coisas.

Simon Blackburn
Retirado de Pense: Uma introdução à filosofia, de Simon Blackburn (Lisboa: Gradiva, 2000).

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Aumenta o número de Jovens que abandonam a fé cristã


Porta de saída

Mais do que em gerações anteriores, os jovens crentes entre 20 e 30 têm abandonado a fé.

Por Drew Dick

Momentos importantes fazem parte da jornada de todo jovem quando ingressa na idade adulta: a chegada à universidade, o começo da carreira, a compra do primeiro apartamento, o casamento e – no caso de muitos cristãos hoje em dia – o distanciamento da fé. Para cada vez mais rapazes e moças na faixa entre os 20 e os 30 anos, tudo o que se aprendeu ao longo de anos e anos de escola dominical infantil, atividades de grupos de adolescentes ou reuniões de oração da mocidade simplesmente parece perder o sentido diante da realidade da vida autônoma e suas múltiplas possibilidades. Motivos para tal esfriamento não faltam: o sentimento de liberdade pessoal, o convite aos prazeres antes proibidos, a ênfase exagerada na vida profissional e no próprio sucesso... Longe da tutela dos pais crentes, jovens que um dia eram vistos na igreja como promissores nas mãos de Deus vão, pouco a pouco, assumindo um estilo de vida mundano. E logo já não são nem um pouco diferentes de seus amigos que jamais estiveram num culto.

Não há, dizem, uma razão específica. O que se alega é um certo cansaço da vida religiosa ou a impressão de que a história do Evangelho, afinal de contas, não é tão verdadeira assim. Todo crente conhece pessoas nesta situação. E a quantidade de gente que deixa a igreja para trás tem aumentado – só no Brasil, segundo o último Censo, já há cerca de 14% de evangélicos confessos sem ligação formal com uma igreja. A tendência é mais aguda entre os jovens adultos, e não apenas por aqui. Na última edição da Pesquisa Americana de Identificação Religiosa, um fato chamou a atenção. A porcentagem de americanos que responderam “sem religião” praticamente dobrou nas últimas duas décadas, crescendo de 8,1% nos anos 90 para 15% em 2008. O estudo também observou que assombrosos 73% deles vêm de famílias religiosas – e quase dois terços foram descritos no estudo como “ex-convertidos”.

O resultado de outra pesquisa também foi expressivo. Em maio de 2009, no Fórum de Religião e Vida Pública, os cientistas políticos Robert Putnam e David Campbell apresentaram uma pesquisa descrevendo o fato de que jovens estão abandonando a religião em “ritmo alarmante”, cinco a seis vezes mais rapidamente do que anteriormente registrado. Fato é que a sociologia já descobriu que a migração para longe da fé cristã, por parte de jovens antes engajados na vida eclesiástica, é um fenômeno crescente. E uma resposta para este fato requer primeiramente uma análise de tal êxodo e o questionamento honesto das razões pelas quais ocorre.

ABANDONO

O presidente do Barna Group, entidade cristã de pesquisas sediada na Califórnia (EUA), David Kinnaman, revela que cerca de 65% de todos os jovens de seu país afirmam ter feito um compromisso com Jesus Cristo em algum momento de suas vidas. Kinnaman entrevistou milhares de jovens para a elaboração de seu livroUnChristian. Segundo ele, a maior parte dos ‘não-cristãos’ da sociedade hoje é formada por gente que em algum momento freqüentou igreja e serviu a Jesus. “Em outras palavras, eles são nossos antigos amigos, adoradores de outrora”, acentua.

Grande parte dos pesquisadores avalia que este dramático número de abandonos espirituais por gente na faixa dos vinte e poucos anos constitui, na verdade, uma etapa no curso da vida de quem chegou à conclusão que vale mais a pena dormir até tarde ou fazer outros tipos de programa aos domingos. O sociólogo Bradley Wright salienta que a tendência da juventude ao abandono da fé é uma característica do cristianismo contemporâneo. A questão do comprometimento moral parece estar na base do processo. Donos do próprio nariz, não poucos jovens de origem evangélica começa a mudar de hábitos, sendo mais abertos a novas experiências e menos refratários àquilo que, durante anos e anos, ouviram ser pecado.

Quando o rapaz ou a moça recém-saída da casa dos pais vai morar com o companheiro, ou encontra na faculdade amigos que fazem convites para noitadas, os conflitos entre a crença e o comportamento pessoal parecem ficar inconciliáveis. Cansados de lidar com o que lhes resta de uma consciência de culpa e relutantes em abandonar aquilo que têm como conquistas pessoais, eles preferem abandonar o compromisso cristão. Para isso, podem usar como argumentos o ceticismo intelectual ou a decepção com a igreja, mas estes são apenas motivos superficiais para esconder a razão principal. A verdade é que a base de crenças acaba sendo adaptada para corresponder às ações.

“Em alguns casos, o processo é gerado por uma decepção com a igreja, levando ao esfriamento”, aponta o pastor Douglas Queiroz, da Igreja Plena de Icaraí, em Niterói (RJ). Há dez anos, ele dedica seu ministério à juventude, aconselhando não apenas novos convertidos como gente que nasceu na igreja mas em algum momento abandonou a fé. “Eles não se identificam mais com a igreja da qual faziam parte”. Para Douglas, esse fenômeno pode ser atribuído, em parte, ao momento em que o jovem vive. Isso se dá pelo distanciamento que existe entre a igreja e a sociedade. O jovem de hoje, detentor de muita informação, não aceita esta relação ambígua, não suporta mais viver numa subcultura ou dentro de um gueto com postura, linguajar e pensamentos distantes do cotidiano”, comenta. Mas existem também, diz o pastor, situações em que não se trata exatamente de um esfriamento espiritual. “A pessoa simplesmente descobre que sua fé não existe, ou seja, nunca houve uma experiência individual. O jovem é cristão simplesmente porque nasceu num lar de crentes e cresceu indo à igreja.”

“PRATOS ATRATIVOS”

A diversidade de situações torna difícil resumir tudo no velho chavão da “rebeldia juvenil”. Aos 30 anos de idade, o ministro de adoração da igreja Casa da Bênção em Jardim Paulista (PE), Juliandreson Pimentel, conhece de perto esta realidade. Funcionário público e estudante de Direito, ele encontra tempo na agenda para trabalhar com jovens e acha que o trabalho tímido de formação nas igrejas está na raiz do esfriamento espiritual dos crentes nesta fase da vida. “Com uma conexão maior fora do ambiente eclesiástico, muitos jovens acabam cuidando mais de si mesmos, negligenciando o serviço de Deus”, comenta. Ao mesmo tempo, existem fatores comuns. Muitos afastamentos foram precipitados, como diz Douglas, por aquilo que aconteceu dentro da igreja, em oposição ao que acontece fora dela. Até mesmo os que adotaram um estilo de vida materialista ou uma forma de espiritualidade vaga demais para ser definida como cristã têm em comum, quase sempre, uma vivência de cristianismo superficial que efetivamente os afastou de uma fé autêntica.

O sociólogo Christian Smith e seus colegas pesquisadores examinaram a vida espiritual dos adolescentes americanos e perceberam que a maior parte deles pratica uma religião que pode ser descrita como “deísmo moralista e terapêutico”, que deixa Deus como o distante Criador que abençoa pessoas que são “boas e justas”. Assim, o objetivo central dessa divindade é ajudar os crentes a se tornarem felizes e a sentirem-se bem consigo mesmos. E como esses adolescentes aprenderam sobre esta forma de fé? Naturalmente, porque ela é ensinada de maneira explícita ou implícita em todas as fases da vida nas igrejas. Ela está no ar respirado pelos frequentadores de igreja, que buscam cultos amigáveis e pequenos grupos de pouco compromisso. Quando esta visão ingênua e utilitarista de Deus se une à realidade, não é surpreendente ver tanta gente saindo porta afora das igrejas.

Criado na igreja, o jovem Gabriel Santana Mariano, de São Paulo, fez esse percurso. Ele conta que o convívio com pessoas “do mundo”, como dizem os evangélicos, acabou colaborando para seu distanciamento da fé. “Os pratos que nos oferecem são bem atrativos”, diz. Os cultos saíram de sua rotina e hoje ele frequenta academias, festas e baladas. A mãe, diz Gabriel, continua orando por ele. “Se não fosse por isso, não sei como poderia estar hoje”, reconhece. Apesar de tudo, ele confessa que acredita e confia em Deus. “Sinto que sinto que não faço parte desse mundo”, revela. “Algo dentro de mim sente um grande vazio e, mesmo que eu tente me enganar, sei que isso é falta de uma comunhão com Deus.”

Os crentes, geralmente, adotam uma dentre duas reações igualmente prejudiciais em relação a alguém que abandonou a fé: tornam-se agressivos, com um discurso de julgamento, ou preferem não se envolver na questão. No encontro anual da Associação Americana de Sociologia, em 2008, um grupo de estudiosos da Universidade de Connecticut e da Universidade de Oregon relataram que “o maior papel dos cristãos no processo de abandono de fé foi amplificar dúvidas previamente existentes”. Os ex-cristãos relataram “dividir suas dúvidas com amigos ou familiares cristãos e receberem respostas triviais e superficiais”. Além de não possuir recursos apropriados para trabalhar com esse grupo, as igrejas, no geral, não sabem lidar bem com aqueles que estão em conflito com sua própria fé.

A crise de pessoas abandonando a fé também passa por outros níveis. Primeiramente, jovens adultos estão abandonando a religião em ritmo mais acelerado e em maior número do que jovens adultos das gerações anteriores, conforme estudos feitos nos EUA e ainda incipientes por aqui. Em segundo lugar, o argumento sobre fases da vida, por si só, não se sustenta. O jovem adulto de hoje não é o jovem adulto de antigamente; o de hoje permanece nesta fase por mais tempo. Casamento, carreira e filhos – a força sociológica primária que leva os adultos de volta ao compromisso religioso – são elementos hoje postergados para os vinte e poucos ou trinta anos.

CAMINHO DE AMOR

Para Onésimo Pinto, pastor de jovens da Igreja Evangélica Bíblica Betel, de Recife (PE), os pais têm uma parcela de culpa no afastamento ou esfriamento da fé dos filhos: “Muitos educam os filhos de uma maneira, mas, na prática, vivem de outra. Então, os filhos aprendem dos pais a tapear e maquiar o cristianismo. O distanciamento acontece no momento em que eles têm acesso caminhos antes inacessíveis”. Segundo ele, esse hiato entre fé e comportamento acaba desestimulando os jovens, que não querem repetir o erro e preferem abrir mão da vida cristã. “Essa é a experiência que identificamos em muitas famílias”, atesta o conselheiro. No entanto, Onésimo também aponta a culpa da Igreja: “Infelizmente, falta um ensino doutrinário que fundamente a fé dos jovens. Muitas igrejas são mais clubes sociais, onde as pessoas vão para se encontrar e agendar programas, enquanto o estudo da Palavra praticamente não existe.”

Não há nada de errado com pizzas e videogames, nem com celebrações sensíveis ou pequenos grupos de pouco comprometimento que apresentam pessoas à fé cristã. Mas isto não pode substituir o discipulado sério e o ensino. Um lugar para começar é repensando como a Igreja e os evangélicos têm ministrado aos jovens. A tentação de se afastar da fé não é novidade. O apóstolo Paulo exortou a igreja em Éfeso sobre a necessidade de amadurecimento de cada cristão: “o propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para o outro pelas ondas, nem jogados para lá e para cá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro” (Efésios 4.14, segundo a Nova Versão Internacional).

Apesar dessa lacuna, grande parte dos pesquisadores insiste que este dramático número de abandonos espirituais durante os vinte e poucos anos não é uma situação alarmante. Em seu recente livro“Cristãos são hipócritas cheios de ódio...E outras mentiras que você já ouviu (inédito em português), o sociólogo Bradley Wright argumenta que estes números sobre a tendência da juventude ao abandono da fé é “mais um mito” do cristianismo contemporâneo. Ele lembra que os integrantes de cada nova geração são sempre observados com suspeita pelos mais velhos. Ao falar sobre a própria juventude, o autor se descreve como “um moço de cabelos compridos e camisetas diferentes” e destaca que os adultos daquela geração não tinham muita fé no futuro quando olhavam para adolescentes como ele.

Wright acentua que jovens adultos costumam abandonar a religião organizada quando deixam a casa dos pais, mas retornam quando formam sua própria família. Rodney Stark também pede cautela. O sociólogo da Universidade Baylor diz que dados de suas pesquisas reafirmam resultados de outros estudos, mas que isso não é motivo para alarde. “Jovens sempre foram minoria ao frequentar igrejas, em relação os mais velhos”, ele escreve. Stark é confiante ao dizer que os jovens retornarão. “Um pouco mais à frente, quando tiverem se casado e, principalmente, após a chegada dos filhos, eles se tornam mais frequentes na igreja. Isso acontece em todas as gerações”.

Em última instância, retornar ao aprisco após uma ausência de dois ou três anos é uma coisa – depois de uma década, contudo, é mais improvável. Além disso, há que se levar em conta que uma mudança tem ocorrido na cultura de maneira ampla. As gerações anteriores foram rebeldes por um momento, mas ainda assim habitavam uma cultura predominantemente judaico-cristã. Os jovens afastados de hoje encontram fora da igreja um caldo cultural que não favorece muito o retorno ao sagrado. Por isso, a necessidade é do lento, porém frutífero, trabalho de construir relacionamentos com aqueles que abandonaram a fé. Isto irá requerer de cada parte envolvida – pais e filhos, Igreja, conselheiros, educadores cristãos – o esforço de olhar além do ceticismo e enxergar a necessidade espiritual de cada um. Uma vez que cada queixa, história e demanda for ouvida e compreendida, certamente serão construídas pontes de confiança e o caminho de volta para casa será iluminada com amor.

Drew Dyck é diretor de redação da revista Leadership Journal do grupo Christianity Today International, e é autor de Generation ex-Christian: Why young adults are leaving the faith . . . and how to bring them back (“Geração ex-cristã: Por que jovens adultos abandonam a fé... E como trazê-los de volta)


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